-
Arquitetos: DRAA
- Área: 190 m²
- Ano: 2019
-
Fotografias:Felipe Camus
Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto do pequeno aviário e do estábulo do parque zoológico de Los Lagos, no Chile, foi desenvolvido a partir de um plano diretor específico concebido pelo próprio escritório de arquitetura DRRA em parceria com o paisagista Martín del Río.
O plano diretor foi concebido com o principal intuito de definir uma rede de percursos acessíveis ao longo do parque, definindo a localização das estruturas de apoio aos animais e o desenvolvimento de uma série de pequenos projetos voltados ao bem estar dos animais, como áreas de isolamento, uma maternidade e refúgios além de áreas de interação com os visitantes e plataformas de observação, alimentação e acompanhamento veterinário.
Para os projetos de arquitetura buscamos desenvolver uma linguagem comum, algo que amarrasse as estruturas não através de suas soluções formais, mas principalmente devido a um sistema construtivo universal. Devido à distância do parque para o centro urbano mais próximo, e a dificuldade de encontrar mão de obra especializada na região de Los Lagos, optamos por utilizar um sistema pré-fabricado em madeira. A pesquisa formal que suporta esta solução nasce de um extensa revisão do levantamiento fotográfico sobre a arquitetura vernacular da região, um compendio realizado por Berndt e Hilla Becher, especialmente interessados por complexos sistemas treliçados e estruturas espaciais de madeira. Nossa solução surge da desfasagem de seus elementos (vigas, pilares, diagonais) do nó de travamento da estrutura através do uso de calços, os quais chamamos de uma solução de “encaixe defasado”.
Assim projetamos os aviários, um mirante e uma ponte, um estábulo entre outras obras de proteção e fechamento que podem ser ampliados e transportados conforme as necessidades dos animais. As primeiras obras já inauguradas no novo parque de Los Lagos são:
- Um pequeno aviário para aves de pequeno porte, o qual se constitui por um prisma de base 10 x 4 e 7 metros de altura edificado sobre uma plataforma de concreto que serve para estabilizar a estrutura de madeira em balanço. O principal desafio estrutural foi subdividir a altura do volume em duas partes conforme a estrutura periférica de madeira, permitindo liberar parte do perímetro para criar um acesso de serviço ao nível do chão, e outro onde a passarela de visitação atravessa a estrutura do aviário.
- O estábulo marca o volume de acesso do parque, ele contém além da bilheteira, um sala de equipamentos para cuidado dos animais e o estábulo e o cocho para a alimentação dos veados do parque. A localização estratégica do volume de acesso serve ainda para dividir o parque em dois setores independentes, os quais seguem os programas solicitados por cada um dos animais.
Estruturalmente, o volume foi resolvido de modo similar ao aviário, com uma longa fachada em estrutura de encaixe defasado, incorporando além das esquadrias e sistemas de ventilação natural e uma cobertura em duas águas.
Todo o processo de montagem da estrutura de madeira foi realizado por uma equipe de apenas duas pessoas supervisionadas por um engenheiro ao longo de dez dias. Como resultado disso, o tempo de montagem in loco foi reduzido além de resultar em um desperdício zero e sem causar nenhum dano considerável ao terreno e aos animais do parque.