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Arquitetos: ATELIER BRÜCKNER, Bjarke Ingels Group, CCHE
- Área: 900 m²
- Ano: 2020
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Fotografias:Iwan Baan, Giovanni Emilio Galanello
Descrição enviada pela equipe de projeto. Em 2014, o BIG recebeu o primeiro prêmio no concurso de arquitetura “Audemars Piguet”, realizado com o intuito de desenvolver um projeto de ampliação para a sede da famosa fabricante suíça de relógios. A equipe liderada por Bjarke Ingels concebeu um pavilhão de vidro de formas arrojadas, encaixando sua estrutura em forma de mola de relógio no terreno, ampliando e acolhendo o novo programa da empresa, onde Jules Louis Audemars e Edward Auguste Piguet haviam instalado a sede de seu escritório em 1875. A proposta do BIG nasce de uma combinação entre a tradição e a modernidade, algo que está no DNA da Audemars Piguet. Além disso, o projeto procura ressaltar os principais valores históricos da empresa profundamente enraizada no Vallée de Joux. A estrutura em espiral que brota do chão – a qual remete ao conceito de circularidade do tempo –, oferece um cenário virtuoso onde os artesãos podem executar seu preciso trabalho de manufatura das peças criadas pela empresa, ano após ano, em meio as cordilheiras suíças.
Oficinas e espaços de trabalho mais tradicionais, onde são montados alguns dos mais complicados mecanismos de relógios do mundo, foram incluídos no projeto do BIG para promover a experiência espacial do novo museu da Audemars Piguet, o qual procura criar um vinculo direto entre os visitantes e os artesãos da famosa fabricante de relógios. O Métiers d'Art Ateliers, situado bem no meio da espiral – no coração do edifício –, transborda para o lado de fora através da transparência dos espaços do museu, proporcionando uma experiência única para quem visita o Museu Atelier.
Hoje em dia, o Museu Atelier Audemars Piguet oferece uma perspectiva única do Vallée de Joux e da história da fabricação de relógios – e mais do que isso, um ambicioso projeto arquitetônico e expográfico, o qual só foi possível graças à criatividade e o trabalho colaborativo entre uma série de especialistas, incluindo arquitetos, engenheiros e os artesãos da fábrica. Cada um dos envolvidos desempenhou um papel fundamental para o sucesso desta empreitada, levando seus ofícios para além dos limites conhecidos, construindo assim, uma nova nova forma de conhecimento. Este é apenas o começo de uma linda história, uma iniciativa que pretende se transformar em legado, não apenas para a Audemars Piguet, mas para toda a regi!ao do Vallée de Joux.
O pavilhão do Museu Atelier, concebido pelo BIG e desenvolvido pelo escritório local CCHE, se materializa em forma de uma laje metálica em espiral que pousa delicadamente sobre a topografia do terreno, apoiando-se em singelos elementos de vidro estrutural curvo. Tal solução estrutural é um feito para a engenharia e arquitetura, a primeira construção deste tipo a ser construída a tal altitude. Suas paredes de vidro curvo suportam todo o peso da cobertura de aço, enquanto um brise perfurado suspenso externamente à fachada serve para filtrar a luz e proteger os espaços interiores da incidência direta dos raios de sol. A cobertura verde, por fim, opera como um elemento a mais na busca por integrar o edifício à paisagem e regular a temperatura dos espaços interiores, além, é claro, de servir como elemento de captação e filtragem da água da chuva.
A estrutura em espiral foi desenhada com o intuito de integrar o edifício à paisagem sinuosa da cordilheira suíça. Os pisos possuem diferentes inclinações, adaptando-se ao nível natural do terreno e transformando o programa do museu em uma experiência espacial linear contínua. Interiormente, as paredes curvas de vidro, como o mecanismo de um relógio, convergem no sentido horário em direção ao centro da espiral, para então se desenvolverem na direção oposta: um jogo poético que faz com que os visitantes se sintam parte da engrenagem desta fábrica de relógios.