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Arquitetos: M-Arquitectos
- Área: 675 m²
- Ano: 2015
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Fotografias:Paulo Goulart
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Fabricantes: AutoDesk, CJ Mobiliário, Exporlux, Global Solutions – J.H. Ornelas, Margres, Porta R, Sanindusa, Simão e Botelho, Technal, Velux, Visões d'Água
Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto nasce da ideia de adaptar as construções e estruturas existentes de um antigo solar com características arquitetónicas vernaculares para fins turísticos em espaço rural. Com o objetivo de preservar a essência e a genuinidade do lugar, houve como intenção principal a valorização do património arquitetónico existente recorrendo a uma fusão entre a tradição e a contemporaneidade.
O conjunto edificado apresenta uma interessante composição volumétrica, marcada por três corpos dispostos de topo com a rua, articulados entre si e definidos por diversas alturas, configurando no centro um pátio com desenho retangular. Uma ermida apresenta-se num plano mais recuado, formando um pequeno adro com acesso direto pela via pública, composta por uma única nave orientada de norte para sul, uma pequena sacristia e um coro alto cujo acesso se faz pelo pátio central da casa.
Parte significativa das construções existentes foi afeta à atividade turística, efetuando-se apenas uma pequena ampliação para dar lugar a uma segunda unidade de alojamento. Na busca da valorização deste lugar, encontramos muros de pedra de basalto que estruturam o espaço exterior do imóvel, tanto pela sua delimitação periférica, como no aproveitamento dos antigos currais de vinha, os quais deram lugar à construção de mais duas unidades alojamento, inspiradas em estruturas ancestrais de apoio à atividade agrícola da região. Neste contexto, propusemos a construção de pequenos edifícios integralmente revestidos em réguado de madeira de criptoméria e pedra de basalto aparelhada, materiais de origem local.
O núcleo da Ermida, agora espaço de eventos ou refeições, assume-se como ponto alto deste empreendimento, resultando num espaço totalmente versátil, aliando história e tradição à contemporaneidade.
No lado Nascente da propriedade desenvolve-se um corpo horizontalizado no sentido Sul-Norte, onde se assumem as atividades de apoio à logística relacionada com a exploração turística. O corpo desenvolve-se à altura dos volumes imediatamente anexos, para uma leitura de continuidade espacial e material, e é interrompido pautadamente, superior e inferiormente de forma a relacionar-se com o existente e a criar percursos de ligação entre o interior e o seu lado poente e nascente.