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Arquitetos: Jason Erlank Architects
- Área: 217 m²
- Ano: 2018
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Fotografias:Chris Grava, Kavo R Photography
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Fabricantes: AutoDesk, Eco Domes Africa, Scribante Concrete, Sika, Trimble Navigation
Descrição enviada pela equipe de projeto. Desde 2015, a Intsikelelo, uma organização sem fins lucrativos, trabalha diretamente com a comunidade Langbos, na zona rural do Cabo Oriental, na África do Sul. Langbos é um “assentamento informal” não planejado, sem moradias formais e infraestrutura, como água encanada, pavimentação e eletricidade. A organização iniciou seu trabalho em Langbos, a partir de reuniões com a comunidade e um censo realizado de porta em porta, para ouvir e aprender com a comunidade. Por meio da pesquisa, vários projetos foram desenvolvidos e realizados, incluindo a construção do Centro Infantil Langbos, em 2018. O projeto treinou e empregou membros da comunidade local, para construir um complexo, de forma sustentável, que forneça apoio a crianças e famílias vulneráveis em Langbos.
O projeto foi concebido, de forma a fornecer um espaço multifuncional para iniciativas conduzidas pela comunidade. Para construção do Centro Infantil utilizamos um método de construção que exige muita mão-de-obra, porém é, ambientalmente correto e eficiente, conhecido como Superadobe, uma maneira de envolver a comunidade de Langbos e obter o melhor aproveitamento dos recursos materiais, limitados no local. O Superadobe é um método simples de construção, que mistura o solo local com uma pequena quantidade de cimento, para configurar grandes domos, elegantes e fortes, com base em princípios simples de geometria e engenharia. A utilização do Superadobe nos permitiu a integração da arquitetura tradicional regional, com estratégias de projeto contemporâneas, de forma a criar uma arquitetura que seja intrigante, escultural e funcional.
O Centro Infantil Langbos também possui estruturas que utilizam a energia solar para o aquecimento da água e geração de eletricidade. Além disso, os domos também possuem uma calha única em torno das bases, para coletar água da chuva. O esgoto do complexo é direcionado para um jardim comunitário adjacente, gerenciado pelos moradores de Langbos. As paredes densas e monolíticas do Superadobe fornecem uma alta massa térmica para auxiliar no aquecimento e resfriamento natural, mantendo as cúpulas quentes no inverno e frias no verão.
O uso do Superadobe nos permitiu treinar, alimentar e empregar 30 moradores de Langbos, por mais de 35.000 horas de trabalho remunerado, para concluir a construção. O projeto foi capaz de fornecer essas necessidades básicas à comunidade local e focar na resolução dos problemas sociais causados pela pobreza e pelo desemprego, sintomáticos do trabalho sazonal, consequência da indústria cítrica local.
O projeto foi bem-sucedido em diversas escalas e a mais gratificante foi a interação entre três gerações de uma única família no local. As crianças da escola que testemunharam seus irmãos, pais e avós construírem e concluírem um edifício, sendo que nenhum tinha experiência nesta área. A estrutura única representa um monumento, que faz referência à conquista da comunidade de Langbos e ao potencial de criatividade e colaboração, de forma a capacitar comunidades vulneráveis.