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Arquitetos: Ayelen Peressini, Inês Teles
- Área: 11 m²
- Ano: 2019
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Fotografias:Alexandre Ramos
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Fabricantes: AutoDesk, Induzir, Nuno Cardoso Serralharia, Oficinas do Convento - Centro de Investigação Cerâmica + Telheiro da Encosta do Castelo, Oficinas do Convento - Laboratórios da Terra, Robert McNeel & Associates, Sobreira e Serras, Vitruvius FabLab ISCTE-IUL
Descrição enviada pela equipe de projeto. Ayelen Peressini e Inês Teles apresentam Walk the curve, um projeto site-specific de arte pública criado em colaboração com a Câmara Municipal de Évora. Walk the curve é uma instalação de grande escala concebida para o geossítio do Alto de São Bento. Desta colaboração surgiu o desejo de criar uma peça para o espaço público que investiga os diferentes materiais e processos de construção arquitetónica da região do Alentejo.
Ayelen Peressini desenvolve uma prática transdisciplinar entre as fronteiras da arte, o design e a arquitectura. No seu trabalho, explora materiais, formas e espaços, numa tentativa de criar novas estruturas que nos permitam pensar e redesenhar os ambientes. Com um grande foco em materialidade, Ayelen cria peças únicas, instalações e desenhos espaciais para contextos públicos e privados. Inês Teles revela desde cedo um forte interesse em processo, materialidade e transformação. No seu trabalho encontramos imagens consumidas por tempo, muitas vezes marcadas simultaneamente pela ideia de densidade e ausência, procurando chegar à redução através do ato de acumulação. Embora a sua formação e prática artística estejam enraizadas na pintura, o seu trabalho expandiu-se para outros campos. A pintura como lugar de diálogo com a superfície, como relação entre forma e fundo, visibilidade e invisibilidade, passou a incluir também questões relacionadas com a leitura de objectos no espaço.
Também conhecido como o miradouro da cidade, o Alto de São Bento é conhecido como um lugar de contemplação. O mirante estabelece uma distância em relação ao centro da cidade ou, por hora da noite, uma distância dada pela observação das estrelas. No ato da observação e em consonância com o lado introspetivo do lugar, advinha-se uma medição entre o sujeito e a realidade, entre o sujeito e o universo. Esta colaboração partiu de uma investigação do lugar, seus aspectos históricos, geofísicos e ambientais e visa criar uma articulação entre a arquitetura e a paisagem rural, utilizando uma variedade de materiais, incluindo metal, madeira, taipa e cerâmica. Numa tentativa de revelar diferentes patamares de construção, solos e matérias, esta intervenção possui vários tempos de leitura, várias camadas que se apreendem numa atitude de interrogação instigada pelo ato de caminhar, já que como Richard Serra defende “walking is measuring”.