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Arquitetos: Manuel Tojal Architects
- Área: 60 m²
- Ano: 2020
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Fotografias:Francisco Nogueira
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Fabricantes: AutoDesk, Efapel, JNF, Ofa, Sanindusa, Zangra
Descrição enviada pela equipe de projeto. Desde que visitámos o apartamento pela primeira vez, apercebemos-mos que se tratava de uma pré-existência/base pouco interessante. Ao nos depararmos com esta evidência quisemos desde logo criar uma “tela em branco” onde o projeto começaria a ser desenhado. Assim, grande parte do interior foi demolido e ao adaptar o programa (2 suites, 1 lavabo e área social com cozinha) quisemos por um lado realçar a pobreza estrutural através da viga pré-existente e por outro propor acabamentos mais nobres e inócuos numa clara provocação à pré-existência.
Uma das premissas do programa era a de ter espaço para uma coleção de bolas de râguebi. Esta premissa acabou por dar o nome ao apartamento, aqui numa clara reivindicação de identidade para o projeto. Tendo em conta a área reduzida, desenhámos um lavabo que é incorporado numa casa de banho de uma suite permitindo uma polivalência no seu uso. A Sala e cozinha estão inseridas no mesmo espaço e as janelas incorporadas dentro das estantes como óculos para o exterior. A casa de banho da suite principal assume-se como um lanternim para dentro do quarto e a sua vivência do tipo “voyeur” é também uma provocação ao modo tradicional como vivemos este espaço.
O espelho circular em frente à janela é a alegoria deste projeto uma vez que este é um elemento que faz a transição entre o exterior e o interior de uma forma irónica e subtil. Se por um lado, trabalhámos o conceito de voyeurismo, por outro lado, quando se esperaria estar em observação direta para a paisagem urbana através da janela, salta-nos à vista um elemento delicado e circular, que reflete ora a imagem de si próprio, ora omite para fora o que dentro se passa. Só nos vemos quando vemos o exterior, sendo que o exterior nunca nos vê.