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Arquitetos: De Zwarte Hond, Powerhouse Company
- Área: 3015 m²
- Ano: 2020
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Fotografias:Sebastian van Damme, Egbert de Boer
Descrição enviada pela equipe de projeto. Originalmente, a estação central da cidade holandesa de Assen era um edifício fechado e isolado de seu entorno imediato, um lugar de passagem e sem conexões imediatas com o espaço urbano ao seu redor. Pensando nisso, a prefeitura de Assen decidiu intervir, encomendando um novo projeto para uma das principais portas de entrada de sua cidade. A nova estação de Assen, projetada pela Powerhouse Company + De Zwarte Hond, é um edifício leve, transparente e intimamente conectado com a estrutura urbana do bairro. Concebido como um edifício de duas frentes, o projeto da nova estação opera como uma espécie de ponte, aproximando duas cidades anteriormente divididas pela ferrovia. Através da geometria aguçada de sua enorme estrutra de cobertura de madeira, a nova estação de Assen se apresenta como um espaço acolhedor e convidativo, trazendo novos ares para esta pequena cidade no norte da Holanda.
Uma cobertura artesanal de madeira. Cobrindo uma área total de mais de 3.000 m², a estrutura da cobertura do edifício foi inteiramente executada em madeira de reflorestamento, fazendo do novo terminal de Assen a única estação de trens da Holanda completamente protegida por uma estrutura deste tipo.
Como um dos pontos fortes deste projeto, a sustentabilidade foi levada às últimas consequências, demandando muita seriedade por parte dos arquitetos ao longo do processo. A escolha por um sistema construtivo em madeira também tem a ver com a própria vocação da cidade de Assen em quanto exemplo de sustentabilidade urbana no país. Concebida como uma estrutura vazada e translúcida, a cobertura de madeira da estação permitiu aos arquitetos criar um edifício leve e transparente além de uma atmosfera convidativa e acolhedora para os viajantes. Sua trama aberta marcada por robustas vigas de madeira criam um dinâmico jogo de luz e sombra ao longo dos espaços da estação. Com uma altura total de dez metros e um perímetro triangular de arestas irregulares com comprimentos de 78, 88 e 90 metros, a enorme superfície de vidro da cobertura encontra-se delimitada por um enorme beiral jardim, proporcionando sombra e melhores condições de conforto no interior da estação. Além disso, esta área verde suspensa praticamente dispensa manutenção, enquanto as colunas e bordas do telhado receberam um acabamento em aço pintado, harmonizando com a cor e textura das vigas de madeira. Contando com uma estrutura metálica independente, a cobertura da estação permite que o programa funcional possa ser organizado e reorganizado livremente, isso porque o projeto prevê futuras alterações para acomodar o previsto aumento no número de passageiros e visitantes ao longo dos anos.
Sob uma enorme cobertura unificada, o programa da estação foi diluído, encaixando os diferentes usos e funções a medida que cria uma série de espaços intersticiais de uso público. A organização dos fluxos e programas do edifício proporcionou ainda a criação de uma estrutura aberta, acessível e integrada. Os volumes fechados foram executados em tijolos e cantos arredondados. De tons vermelho-púrpura, os tijolos foram escolhidos por sua semelhança com a cor do piso utilizado no projeto de reurbanização da área externa da estação. Desta forma, o edifício opera como uma extensão do espaço público, marcando o início da rota acessível que leva ao centro da cidade.
Apesar de estar um pouco afastado do centro histórico de Assem, o novo edifício da estação está longe de ser uma estrutura urbana isolada de seu contexto. Profundamente integrado na estrutura do bairro, a nova estação de trens de Assen é o ponto focal do novo eixo de desenvolvimento urbano da cidade, um percurso acessível que pretende conectar a área central de Assen com os bairros da zona leste.
A ampla cobertura de forma triangular foi concebida para abrigar as novas linhas ferroviárias que passam pela estação central de Assen conectando o centro da cidade com as demais áreas urbanizadas à leste e oeste. Os complexos fluxos das linhas de transporte urbano foram resolvidos com a criação de um novo túnel e passarela para pedestres, além da restauração completa do túnel da ciclovia existente e a adição de um estacionamento subterrâneo com capacidade para 2.600 bicicletas. Esta operação permitiu aos arquitetos liberar uma enorme área da estação para o fluxo de pedestres, um passeio público que agora conta com vegetação abundante e áreas verdes de qualidade, minimizando ainda o fluxo de veículos motorizados no entorno da estação.
A partir de um gesto arquitetônico elegante e respeitoso para com a cidade, a nova Estação de Assen se revela como um edifício convidativo e aconchegante, profundamente conectado ao espaço urbano e a vida cotidiana de seus habitantes.