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Arquitetos: Grimshaw
- Área: 17050 m²
- Ano: 2019
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Fotografias:Quintin Lake
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Fabricantes: Dinesen, Fibrobeton, Microstation, Robert McNeel & Associates, Sto
Descrição enviada pela equipe de projeto. O Arter é uma iniciativa filantrópica mantida pela Fundação Vehbi Koç, com sede na Turquia. Concebido para aproximar a comunidade criativa dos habitantes da capital turca, o novo Museu Arter é um vibrante centro cultural instalado em pleno coração de Istambul. Celebrando a arte contemporânea em todas as suas formas e disciplinas, o edifício foi projetado pela Grimshaw Architects como um espaço público, acessível e interdisciplinar equipado com as mais modernas instalações para a exibição de obras artísticas em escalas além de oferecer uma vasta programação cultural para estimular novas formas de expressão artística no contexto local e internacional.
O projeto para o novo Museu Arter foi escolhido através de um concurso público de arquitetura realizado em 2012, do qual a Grimshaw Architects saiu vencedora apresentando uma proposta viável e desenvolvida em conjunto com uma ampla equipe multidisciplinar, incluindo os arquitetos da Turgut Alton de Istambul e outros muitos consultores, especialistas e parceiros locais.
Inspirado pelo compromisso social da Fundação Vehbi Koç, o projeto apresentado pela Grimshaw se materializa como uma série de espaços públicos interconectados com o contexto do distrito central de Beyoğlu, no âmago da milenar cidade de Istambul. Apropriando-se de conceitos como transparência e fluidez, a arquitetura dos espaços do museu Arter foram inspirados na paisagem histórica do centro da cidade, contando com imensas janelas panorâmicas cuidadosamente posicionadas para permitir aos usuários reconhecer os principais cartões postais da capital, fusionando sua arquitetura moderna e inovadora ao cenário autêntico o qual ela presta sua máxima reverência. Esta simbiose entre arquitetura e paisagem se extende para dentro dos espaços do museu, proporcionando um ambiente ideal para o florescimento de novas formas de expressão artística, além de transformar o edifício em uma espécie de filtro, o qual é responsável por proteger os espaços expositivos da incidência direta de luz solar e do calor e ruídos excessivos.
A partir do acesso principal, o hall de acolhida aos visitantes se desdobra em forma de uma galeria de pé direito triplo, a qual flui naturalmente em direção ao percurso público do museu, conectando de forma orgânica o espaço da rua Dolapdere com um amplo jardim acessível na parte posterior do terreno, criando efetivamente um edifício de duas frentes. Como uma rua interna, a galeria pública do Museu Arter fluidifica os diferentes níveis do edifício, responsáveis por acomodar suavemente o vasto programa do museu em um terreno de formas complexas de inclinação acentuada.
No nível inferior, encontram-se duas salas de espetáculo, as quais são utilizadas como cinema e teatro respectivamente, assim como podem receber conferências e palestras quando necessário. O sistema de poltronas concebido para o Auditório Sevgi Gönül oferece capacidade de até 168 pessoas, enquanto o teatro Karbon, pode acomodar até 332 espectadores, ambos equipados com sistemas de som e iluminação de última geração. Somando-se a isso, o programa do museu ainda conta com uma biblioteca pública, lojas e restaurantes.
Abrigando uma série de diferentes galerias expositivas, espaços interconectados e pé-direitos generosos, os espaços programáticos do Arter oferecem uma infinidade de configurações e arranjos flexíveis que podem ser adaptados de acordo com a necessidade de cada programa ou exposição. De forma complementar, as salas do museu foram organizadas ao longo de um percurso contínuo e integrado, proporcionando conectividade visual entre todas as galerias, permitindo uma melhor orientação dos visitantes ao longo do percurso além de melhores condições de iluminação e ventilação natural. Contando com um vasto programa educacional, as salas de aula do Arter contam com vistas exclusivas para as áreas expositivas, permitindo que os alunos possam descobrir e interpretar à sua maneira o conteúdo do museu. Esses espaços foram devidamente encaixados junto às galerias de pé-direito duplo e se estendem até a fachada do edifício, criando uma série de aberturas angulares responsáveis pelas formas obtusas do edifício junto à rua.
Desta forma, o volume do edifício principal procura adaptar-se ao seu entorno, respondendo a cada situação — frente ao ambiente natural e construído — agregando plasticidade às fachadas. Painéis perfurados em forma de losango criam um envelope dramático e convidativo, filtrado e refletindo a luz do sol, mudando a cara do edifício segundo a hora do dia e a estação do ano. Com isso, a rica paleta de materiais do edifício é acrescida por distintos valores de luz e sombra que penetram em seus espaços interiores, proporcionando uma atmosfera emocionante e dinâmica ao edifício do museu, uma reinterpretação envolvente e contemporânea das históricas fachadas que inspiraram os arquitetos durante o processo de projeto.