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Arquitetos: Estudio Primitivo González | eGa
- Ano: 2019
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Fotografias:Luis Díaz Díaz
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Fabricantes: Ecophon, Forbo, Kettal, Klein, Roca, Schüco, Valerie objects, Vescom, Vitra, Wastberg
Descrição enviada pela equipe de projeto. Hiroshi Sugimoto fotografa o mar obsessivamente. Em suas imagens, uma linha horizontal separa duas massas densas: o céu e a água. Uma sala de frente para o mar é uma fotografia de Sugimoto transformada em arquitetura. Uma moldura para olhar o mar. Ao entrar no apartamento, há um contraste radical com o restante do edifício, característico do planejamento urbano dos anos 60/70 na Costa do Sol. O tempo é suspenso pela presença da imponente vista do mar sem limites, recortada pela arquitetura.
Ortega y Gasset costumava dizer que “a obra de arte é uma ilha imaginária que flutua por toda parte rodeada pela realidade. (...) É necessário que a parede real acabe repentinamente, radicalmente, e que de repente, sem hesitação, nos encontremos no território irreal da pintura. É necessário um isolador. Esta é a moldura”. Neste caso, a arquitetura é a estrutura para a contemplação da natureza.
A galeria divide-se para diferenciar um terraço exterior e um mirante interior. O piso de madeira aconchegante e agradável atenua os ruídos, juntamente com o forro acústico e carpintaria, o apartamento se aproxima de uma câmara anecoica. A cor cinza favorece o contraste entre o interior e o exterior.
As divisórias são demolidas e substituídas por um único trilho de cortina que corre ao longo do teto. Uma simples mudança de posição das cortinas gera uma mudança completa de percepção do espaço, ampliando as possibilidades de 50m2: uma sala aberta, um quarto isolado, um segundo quarto com cama canguru, a sala de estar separada, a sala de jantar-cozinha, o escritório… O jogo de posição das cortinas gera diferentes ambientes sugestivos. O tecido filtra e sombreia a luz do Mediterrâneo, com suas variações de cores. A ruptura abrupta com o ambiente, o silêncio e a vista, gera a sensação de estar em um lugar diferente.