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Arquitetos: Mathews + Associates Architects
- Área: 12989 m²
- Ano: 2019
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Fotografias:David Southwood, Alet Pretorius, Pieter Mathews, Jan Hugo
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Fabricantes: Hunter Douglas, Arcelor Mittal, Belgotex , Holcim, Penetron, Polyflor
Descrição enviada pela equipe de projeto. As mais importantes jóias da história da África do Sul finalmente encontraram um lar permanente. Construído para abrigar a vasta coleção de artefatos de ouro da civilização Mapungubwe, datando do século XI ao XII, o moderno edifício do Centro de Arte Javett exibirá permanentemente as jóias de uma das principais coleção de arte pública do país.
Contando com uma estrutura multifacetada em concreto aparente, construída exclusivamente com o propósito de proteger esses pequenos tesouros, o novo edifício do Centro de Arte Javett em Pretória está organizado internamente para refletir a hierarquia social da antiga civilização que dominava o sul da África a quase mil anos atrás. Os artefatos dispostos no último pavimento deste “cofre de concreto” — a principal sala do museu — pertencem à coleção de arte Mapungubwe, enquanto o pavimento inferior está dedicado à coleção de artefatos em ouro de um período posterior. A estrutura do espaço expositivo foi concebida para simular as condições de iluminação de uma caverna, onde o brilho dos objetos dourados pode ser contemplado em seu máximo esplendor.
Como uma montanha construída em concreto e tijolo, a galeria de arte Mapungubwe do Centro Javett está localiza exatamente no mesmo lugar onde as jóias apresentadas em sua coleção repousaram por séculos até serem descobertas mais recentemente. Desta forma, a estrutura de concreto do museu pretende se torna um novo marco urbano na capital administrativa da África do Sul, além da nova porta de entrada para a principal Universidade de Pretória. Este marcante elemento arquitetônico é o pináculo de um edifício maior que conta com outras nove outras galerias dedicadas a exibição de arte sul-africana contemporânea além de um restaurante e um auditório. Somando-se a isso, o edifício inclui ainda uma galeria em forma de ponte que flutua acima da movimentada via de acesso ao campus.
Estas condições urbanas e pré-existências trouxeram grandes desafios para os arquitetos durante o processo de projeto e construção. Em primeiro lugar, a estrutura aérea da passarela teve de ser executada com interrupções mínimas no tráfego de veículos. Outras importantes limitações foram impostas pela proximidade do edifício com outras estruturas de interesse histórico assim como a presença de salas de aula logo ao lado da obra e que nunca deixaram de operar ao longo de todo o processo de construção.
O volume da passarela foi revestido em painéis de concreto para protege-lo do sol forte e minimizar os ruídos da via abaixo. As perfuração destes elementos de fachada foram criadas a partir de um estudo dos padrões de estamparia em tecido Shweshwe, um tecido tradicional sul-africano ainda muito popular nos dias de hoje. Resultado de uma somatória de influências culturais, estes tradicionais padrões representam uma metáfora das sobreposições e da diversidade cultural do povo sul-africano. Durante o dia, estes elementos projetam sombras no interior da passarela enquanto à noite, lançam feixes de brilho dourado que iluminam o edifício desde dentro.
Além do valor imaterial intrínseco à paisagem local — onde foram descobertas as jóias da coleção do museu —, as condições físicas do terreno e todas as pré-existências tiveram que ser cuidadosamente consideradas pela equipe de projetistas. A orientação da passarela foi determinada pelo histórico eixo Tukkie, o principal vetor de organização dos espaços do campus. Do outro lado da vida de acesso, o edifício ponte aterrisa sobre o que um dia foi a primeira e única entrada para a Universidade. Desta forma, os arquitetos procuram recriar as formas da antiga cobertura triangular que identificava a principal e mais antiga porta de acesso do campus da Universidade de Pretória.
Tão importante quanto a sua própria estrutura construída, a introdução de quatro pequenas praças no entorno do edifício foi uma das principais estratégias de projeto para articular o novo volume com os demais edifícios existentes do campus. Cada um destes espaços públicos oferece uma experiência única, seja acolhendo o público ou proporcionando novas oportunidades de conexão entre os diversos departamentos no entorno do edifício. Desta forma, o Centro de Arte Javett vem para enriquecer e contribuir com a paisagem multicultural da cidade de Pretória, celebrando seu rico passado, o vibrante presente e a grandiosidade dos dias futuros. Procurando integrar elementos pré-existentes e reativar o antigo acesso do campus junto ao centro de Pretória, o Centro de Arte Javett Art é um acréscimo valioso para a paisagem histórica da cidade.