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Arquitetos: Yoshichika Takagi + Associates
- Ano: 2020
Descrição enviada pela equipe de projeto. Shorin-zu (pinheiros)” de Tohaku Hasegawa é uma obra delicada e corajosamente desenhada com muito espaço em branco deixado sobre a tela. Parece incompleta, mas é muito atraente por causa da existência do espaço em branco (chão), no qual podemos imaginar e visualizar várias coisas que não foram realmente desenhadas. Além disso, a relação entre a figura e o fundo também é um tópico importante na arte ocidental. O “Attese (conceitos espaciais: expectativa)” de Lucio Fontana foi feito cortando com precisão a tela pintada para criar o fundo da figura, construindo uma nova relação entre ambos.
Nesse sentido, a reforma de uma edificação pode ser lida como o trabalho de desenhar uma nova imagem em uma tela cheia de figuras. Então, é possível criar um espaço em branco na arquitetura existente repleta de figuras (como Fontana)? Nós reformamos uma casa que foi construída há quarenta anos. O seu volume era muito pequeno e não tinha espaço suficiente, considerando as demandas de um casal e um filho, além dos dois gatos.
Portanto, além das escadas e do patamar, inserimos uma parede que corta linearmente a direção mais longa do volume, de forma que um tatame de 1,5 metros, pudesse clarear a atmosfera confusa. Em seguida, instalamos uma abertura alta na parede e sobrepomos os modelos de estudo curvos para criar uma luz suave e uniforme, como resultado, o volume ganhou considerável iluminação solar.
Toda a casa foi revestida com madeira compensada, já que, supostamente, os gatos afiarão suas unhas nela. A sala de estar com teto baixo e janela na altura do piso foi projetada para abrigar uma mesa de jantar chamada Chabudai, sobre um tapete. A sala possui ainda um fogão a lenha. Em contraste, há um espaço com pé-direito alto e uma parede longa, fina e branca, quase abstrata. Tais espaços em branco foram criados possibilitando sua intervenção por meio de atividades periféricas.