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Arquitetos: YIHE Landscape Architecture
- Área: 10000 m²
- Ano: 2020
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Fotografias:Arch-Exist
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Fabricantes: Adobe, AutoDesk, Lumion, Trimble
Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto está localizado no novo bairro de Dazhulin, ao norte da cidade chinesa de Chongqing. Quando visitamos o local pela primeira vez, percebemos que ele possuía uma estrutura de concreto inacabada, resquício de construções anteriores. Nosso cliente Sunac entrou, então, em cena e teve a visão de desenvolver o Dazhulin como um novo projeto. Cercado por futuros empreendimentos de uso misto, nosso objetivo é reutilizar e redesenhar a estrutura de concreto abandonada como um novo núcleo para a comunidade. Ela servirá para residentes próximos e visitantes, no uso diário e eventos em ocasiões especiais. Este novo centro tem quatro níveis, incluindo uma piscina coberta, uma academia, várias salas comunitárias, um bar panorâmico e uma galeria de arte.
A ideia era projetar o espaço frontal principal de concreto como uma “galeria ao ar livre”. A estrutura de concreto com 30x190 metros foi dividida por paredes em uma série de “salas de exposição”. A experiência desde o estacionamento até a entrada da edificação é enquadrada pela passagem através das “salas” dispostas como uma galeria de arte. Cada sala tem um recurso de exposição: um espelho d'água em cascata, elevador envidraçado e escultura de ondas, que serão os pontos focais de cada sala.
O desenho remete ao tradicional jardim chinês, com os princípios de “negação e recompensa”, “oculto e revelado”. A ideia de “negação e recompensa” é usada para enriquecer a experiência de passagem, criando uma sensação de fechamento e abertura. A altura das paredes oferece a sensação de estar “escondido” da rua. O efeito “revelado” acontece na seção aberta cujo pátio translúcido com elementos de água pode ser visto desde o lado externo.
À medida que os visitantes passam pelo portão de entrada, o hall da recepção (duas estruturas sobrepostas em forma retangular) é revelado. Este espaço funciona como a primeira “negação” no ponto inicial da sequência espacial, o que oferece aos visitantes um momento para diminuir o ritmo enquanto percebem os sons da água no espaço seguinte. Depois de passar pelo hall, os visitantes entram em uma série de jardins. A jornada de exibição dos elementos principais de cada sala, vistas interessantes e a sensação de fechamento e abertura são revelados lentamente como surpresas antes da chegada no centro comunitário.
A combinação de visão e movimento incentiva os visitantes a explorar e interagir com a paisagem e com os outros usuários. O percurso inesperado é cuidadosamente posicionado para se tornar um elemento adicional ou, até mesmo, indicar uma perda momentânea no senso de localização dos visitantes. O desenho da passarela e das paredes permite que os visitantes "apareçam" repentinamente em cada sala. Essa sensação repentina desencadeia outra interação interessante de visão no espaço. A entrada da edificação, as características do paisagismo e os próprios visitantes enriquecem as vistas.
A interação de luz e sombra gerada por paredes, passarela com cobertura, reflexão da ondulação da água e copa das árvores durante o dia cria uma rica sensação de tempo. As cores e texturas genuínas do espaço se misturam e se complementam assim como a calidez da pedra se equilibra com o verde da vegetação, o cinza da escultura, o branco do muro e o azul do céu.
Os jardins não estão disponíveis apenas para o uso diário, enriquecendo os percursos, mas também funcionam como espaço para eventos. O palco pode ser montado com o muro branco como pano de fundo e uma área de passagem com marquise como a área de estar do público principal. Vários eventos como filmes ao ar livre, pequenas apresentações musicais e desfiles acontecem no pátio adjacente à entrada da edificação. O Yifang servirá aos bairros vizinhos como um centro de apoio social, atividades em grupo e apreciação da arte em longo prazo.