-
Arquitetos: Onishimaki + Hyakudayuki Architects
- Área: 2710 m²
- Ano: 2019
-
Fotografias:Takumi Ota, Kai Nakamura
Descrição enviada pela equipe de projeto. Visando uma nova expressão de centro comunitário, este projeto é feito em madeira, com um pavimento e 2.600 metros quadrados implementado na cidade de Taga, Japão. Ele foi concebido como um marco para a cidade utilizando somente a madeira local. Até então, os centros comunitários surgem como lugares que nutrem e apoiam a aprendizagem da população local de uma maneira diferente das escolas. Portanto, queríamos criar um centro que fosse adequado como um lugar onde as pessoas se encontrassem, trocassem conhecimentos e aprendessem juntas.
O principal uso do centro comunitário existente eram as salas para locação usadas por um grupo fixo de membros da comunidade. No entanto, como queríamos que as pessoas que nunca haviam usado um centro comunitário antes vagassem sem rumo e parassem neste novo local, criamos vários espaços, grandes e pequenos, para que as pessoas passarem um longo tempo, não apenas nas salas, mas também nas áreas comuns. Cada sala é posicionada em um padrão ao lado do jardim, e os corredores que as conectam são intercalados com bancos para descanso, mesas para conversar e pequenas cozinhas.
Este padrão e os meandros criados pelos corredores podem ser encontrados em grandes casas particulares tradicionais nas proximidades da região de Shiga. Como várias salas são interligadas por corredores e varandas, espaços com um jogo de luz e sombra são criados aqui e ali.
Para aproveitar ao máximo os materiais de construção produzidos localmente, em vez de usar peças de madeira industrializadas, o projeto foi baseado em materiais e tamanhos que podem ser adquiridos localmente. A profundidade das vigas foi, portanto, limitada a 300 mm, e todos os elementos foram feitos conectando estruturas de madeira de não mais do que 4 metros em vigas mais longas para formar um grande espaço com mais de 10 metros de vão. Foram necessários mais de 2 anos para obter a madeira serrada e finalizada. Neste processo, observarmos as árvores sendo derrubadas nas montanhas, penduradas e carregadas por arames e, por fim, transformadas em madeira, e isso causou um grande impacto em nós. Assim como as árvores cultivadas ao longo de dezenas de anos nas montanhas foram sendo utilizadas na construção de uma edificação que tem as mesmas montanhas como pano de fundo.
O tempo para conseguir os materiais também serviu para falar com as pessoas da região e pensar como deveria ser o centro comunitário. Por 3 anos e meio, realizamos uma reunião mensal chamada "Vamos Falar Sobre Taga", na qual habitantes locais de várias idades e posições, membros de prefeituras e funcionários de museus e bibliotecas da cidade participaram voluntariamente. Embora no início tenha sido um encontro, ele acabou gerando uma série de eventos e projetos. Por exemplo, a realização de um evento chamado "Food Festival" para compartilhar a culinária de Taga em seu segundo ano, um novo projeto de trabalho chamado "Horsetail Shoot Workshop" para pessoas com deficiência e a fabricação de móveis usando materiais produzidos na região como uma indústria local. Acreditamos que o fato de nos sentarmos juntos antes da conclusão do centro comunitário e de usarmos nossa imaginação para pensar em como ele seria utilizado tornou-se evidente na forma como o espaço foi apropriado durante o evento de abertura.
Neste dia de inauguração, uma multidão de pessoas, possivelmente o maior número de pessoas que a cidade de Taga já havia visto, visitou o centro comunitário. As mães do encontro "Vamos Falar Sobre Taga" administraram um café durante o dia, voluntários do ensino médio e fundamental tomaram conta do evento, muitas organizações fizeram apresentações de 15 minutos no salão, estudantes universitários locais organizaram uma exposição de fotos, os trabalhos das oficinas foram exibidos ao longo dos corredores e narração de histórias foi realizada para as crianças no berçário. Graças aos esforços das pessoas da cidade, a visão ideal de um centro comunitário foi concretizada em um dia mágico.
Louis Kahn certa vez falou sobre a maravilha da arquitetura produzida por meio do "consenso humano". Mesmo em nossa geração, deve haver uma forma de produzir uma arquitetura que faça as pessoas sentirem que a conexão entre os seres humanos é uma força que impulsiona a nova arquitetura. Gostaríamos de continuar explorando mais ainda essa questão.