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Arquitetos: art+zen architects
- Área: 400 m²
- Ano: 2019
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Fotografias:Mingming Fan
Descrição enviada pela equipe de projeto. A nova Praça Municipal de Rongcheng pode ser considerada uma típica praça pública chinesa — uma mistura de espaços monumentais pensados para a realização de cerimonias e eventos públicos e pequenos momentos de pausa e reflexão. Um pequeno anfiteatro, uma biblioteca, espelho d'água e muita área verde.
Duas questões foram fundamentais para o desenvolvimento deste projeto. Primeiramente, como fazer uma transição suave entre a monumentalidade do espaço público para a escala humana dos edifícios, e em segundo lugar, como articular estes dois elementos de forma a construir um espaço coeso e acolhedor? Para responder tais desafios, os arquitetos fizeram uso de extensivas áreas verdes permeáveis e muita vegetação para definir e organizar diversos pequenos espaços de encontro e socialização.
Implantado em meio à um generoso espaço público, acessível por todos os lados, o edifício da biblioteca — que se revela em forma de pavilhão — serpenteia sobre a paisagem de forma a criar uma série de pequenos espaços de estar e leitura abertos à comunidade. Sem nenhuma restrição ou limites físicos a que respeitar, o edifício foi criado a partir de três pátios em forma de círculos concêntricos, os quais definem uma trinca de espaços abertos que organizam e delimitam os espaços construídos da biblioteca, que se esparramam pelo terreno acolhendo diferentes funções: leitura, recreação e café. No coração do edifício, na intersecção entre estes três módulos, cria-se um espaço aberto e permeável através do qual as pessoas podem circular livremente e acessar cada um dos programas independentemente.
Além disso, cada elemento conta com seu próprio espaço aberto exclusivo, uma configuração que se assemelha ao famoso símbolo do Tai Chi. Essa semelhança se manifesta também na complexidade dos seus espaço, uma sequência que parte da fachada, passando pelos espaços de circulação, o programa propriamente dito e a culminação no pátio interior privativo. Estas camadas vão se sucedendo no espaço de forma a criar uma experiência única, despertando a curiosidade e convidando os visitantes a explorar o edifício.
Formalmente, o layout de cada um destes três elementos é organizado por uma sucessão de frações ou minutos de uma circunferência. Cada módulo é definido por um angulo de 5 graus, ou uma fatia de bolo, a qual determina a amplitude do espaço e também a modulação da fachada de vidro do edifício, assim como seus elementos de piso e forro. A estrutura de aço permite um balanço generoso, o qual é responsável por criar um beiral de 1,50 metros, criando um acolhedor espaço coberto aberto que de quebra, permite sombrear as fachadas de vidro durante os horários mais quentes do dia, além é claro, de operar como elementos de transição entre os espaços abertos e fechados.
O Pavilhão dos Leitores, como foi carinhosamente apelidado, apresenta uma outra solução digna de nota. Em vez de procurar exibir suas próprias virtudes arquitetônicas, o edifício se preocupa mais em constituir um plano de fundo, deixando o protagonismo para as pessoas, criando finalmente um ambiente complexo, gentil e acolhedor.