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Arquitetos: João Tiago Aguiar Arquitectos
- Área: 155 m²
- Ano: 2020
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Fotografias:Fernando Guerra | FG+SG
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Fabricantes: BAUKELL, BRUMA, CIN, Cevica, Efapel, FIMARBER, GLS2, Microsoft, Sanindusa, Sosoares, VIDREIRA DE BELAS
Descrição enviada pela equipe de projeto. Uma antiga gráfica, nas Avenidas Novas, em Lisboa, foi transformada num apartamento tipo loft através de uma intervenção total que ilustra como as soluções estéticas espaciais, criteriosamente projectadas, podem dignificar um espaço outrora decadente e sombrio. Devoluto há 15 anos, o espaço, apesar de ter um pé-direito bastante alto, era pobre em luz e ventilação naturais e esta foi uma das grandes alterações de arquitectura necessárias para infundir brilho e intensidade ao loft.
Mantidas algumas características de origem, o apartamento proporciona agora uma sensação de grandeza física e movimento. Para se experienciar esta nova dinâmica, foi essencial banhar o espaço de luz por meio da eliminação da instalação sanitária (i.s.) existente no meio-piso térreo e abrir um enorme rasgo no piso inferior, permitindo obter ainda mais luminosidade e ventilação.
Enquanto a cozinha aberta se liga à zona de jantar, esta conecta-se à sala/quarto adicional e à suite através de grandes portas de correr em vidro. Por se tratar de um loft com muita disponibilidade espacial, as divisões apresentam um ecletismo interessante em que a sala de estar e um dos quartos, podem ocupar o piso térreo ou o piso inferior ao fundo, dependendo da preferência.
É no piso inferior, o mais completo, que se encontram as instalações sanitárias, sendo que na suite a i.s. existente foi mantida no mesmo lugar, mas com as devidas alterações, nomeadamente a criação de dois compartimentos para diferentes usos, garantindo funcionalidade e mobilidade. Aqui, ampliou-se o rasgo existente na fachada frontal para iluminar e ventilar o mais possível.
A tardoz foram desenhados um pequeno terraço e uma outra instalação sanitária, com uma banheira separada e escavada no pavimento. Este volume inusitado e acolhedor, apresenta-se como um volume solto, mantendo uma distância até ao tecto, pelo que pode ser uma boa escolha para actividades de lazer como a leitura, por exemplo.
O micro-cimento no chão, a chapa metálica nas escadas, o MDF lacado dos móveis nas cores branco ou preto e o vidro foram os materiais seleccionados pela fácil manutenção, enquantounificam a estética despojada e contínua própria de um loft. Excepção apenas para o azulejo semi-artesanal, na cor verde pastel, que reveste toda a parede de fundo a tardoz e a parte superior do volume solto, reflectindo e ampliando a luz natural que os banha. A flexibilidade e o movimento natural em todo o espaço são garantidos.