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Arquitetos: Edifice Consultants Pvt. Ltd, yh2
- Área: 150000 ft²
- Ano: 2020
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Fotografias:Maxime Brouillet
Descrição enviada pela equipe de projeto. O Himalaia Indiano, a mais alta cadeia montanhosa do mundo, por onde o Rio Ganges meandra, supera qualquer construção humana. Foi essa modéstia perante a grandiosidade da natureza que definiu qual seria a abordagem para desenvolver o complexo do Hotel Resort e Spa Taj Rishikesh.
O projeto foi desenvolvido a partir de uma viagem feita pelos arquitetos para o Himalaia Indiano, onde eles puderam estudar a arquitetura vernacular local, aprendendo sobre as maneiras de enfrentar a topografia e também sobre a disponibilidade dos materiais regionais.
O complexo do hotel, localizado a 250km a nordeste de Nova Délhi, abriga um grande bloco principal e uma série de vilas distribuídas ao longo do terreno com vista para o Rio Ganges. A implantação dos edifícios foi inspirada pelas vilas tradicionais do Himalaia, ancoradas ao redor da Darbargadh, residência tradicional dos rajas, ou lordes. As Darbargadhs são utilizadas como uma combinação de forte, palácio e templo, e oferecem, em seu interior, um pátio protegido, que garante abrigo das pessoas da vila em tempos de guerra, e também, serve como espaço coletivo para socialização.
Criado a partir da ideia das Darbargadhs, o bloco principal do hotel olha para o vale e proporciona um espaço central para os encontros de todos os serviços principais do hotel, recepção, restaurante, bar, loja, biblioteca, e etc.
As vilas, assim como na arquitetura tradicional do Himalaia, foram implantadas como uma série de pavilhões, construídos como uma sucessão de terraços estruturados por paredes de pedras. Essa estratificação da topografia em sucessíveis níveis permite que cada vila tenha vistas privativas das montanhas e também do Rio Ganges.
O projeto de arquitetura aproveita os materiais locais como pedras do rio para as paredes estruturais, ardósia para os pisos e coberturas e também madeira para a marcenaria. As técnicas tradicionais de construção do Himalaia misturam paredes de pedra com vigas em balanço de cedro e são chamadas de Kath-Kuni. Neste projeto essa técnica foi reinterpretada com materiais modernos, com o aço substituindo a madeira de cedro, a qual é, atualmente, proibida de ser explorada no Himalaia.
Um longo e sinuoso caminho une todo o complexo, serpenteando pelos diferentes platôs e levando aos vários edifícios do complexo do resort. Da estrada que dá acesso ao hotel, e que fica na parte mais alta do terreno, esse caminho vai se desenrolando gentilmente conectando o volume principal do hotel, no platô mais alto, até as vilas implantadas no sentido do vale. Das vilas, o caminho continua até os pavilhões de spa e yoga, na parte mais baixa do vale, terminando na piscina e no restaurante que tem vista direta para a praia nas margens do Ganges. Esse caminho sinuoso de cascalho de cor clara serpenteia elegantemente pelo terreno, assim como o Ganges serpenteia pelo Himalaia indiano.