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Arquitetos: Double(o) Studio
- Área: 300 m²
- Ano: 2020
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Fotografias:Fabio Cunha, Marco Antunes
Descrição enviada pela equipe de projeto. A Casa Trevo é um edifício de dois pavimentos localizado em Aroeira, poucos quilômetros ao sul de Lisboa, Portugal. De frente para o Oceano Atlântico, esta pequena cidade portuguesa desfruta de um clima agradável, ameno e com muitas horas de sol ao longo de todo o ano. Implantada junto à uma extensa área verde, a Casa Trevo repousa suavemente sobre o terreno arenoso em uma pequena clareira no meio da floresta.
Uma série de pátios recortados na estrutura de concreto da casa fazem com que o volume do edifício se assemelhe à um trevo, dando origem ao nome da casa: ‘Casa Trevo’. Estes três pátios servem para organizar e distribuir os espaços interiores, intercalando-se no térreo com as áreas sociais no primeiro pavimento com cada um dos quartos. Desta forma, os pátios operam como uma extensão natural dos espaços internos, além de proporcionar uma abundante iluminação natural difusa ao longo de todo o dia.
Com uma altura total de nove metros, estes espaços vazios circulares inseridos no volume de concreto do edifício cumprem também um papel importante para o desempenho estrutural da casa, servindo de apoio à escada e as lajes do primeiro e segundo pavimento. E mais do que isso, estes massivos pilares—ou pórticos de concreto—recebem também as cargas da piscina implantada na cobertura do edifício.
A estrutura da casa, executada em concreto moldado in loco, brinca com a ambigüidade dos espaços cheios e vazios, do que está dentro e do que está fora. Embora o edifício pareça ser sua própria e única referência, ele se incorpora ao terreno e trás o desnível da paisagem para dentro, construído um espaço dinâmico e ascendente. Desta forma, embora a casa esteja firmemente ancorada no solo, cada fachada se revela única através de suas relações de altura para com o terreno.
Apesar de modesta em área, a ‘Casa Trevo’ exala um senso peculiar de autonomia e monumentalidade. A materialidade do concreto, que se espalha por dentro e por fora da casa, subverte a nossa percepção de escala, ao mesmo tempo que opera como um elemento de mediação entre a arquitetura e a paisagem. Ela também emana uma impressão de solidez, uma casa evidentemente introspectiva e ainda assim, abundantemente iluminada pela luz intermitentemente e impetuosa de Lisboa.