-
Arquitetos: Choo Gim Wah Architect
- Área: 1031 m²
- Ano: 2019
-
Fotografias:Lawrence Choo
-
Fabricantes: Adobe, AutoDesk, GNG Tiles, Johnson Suisse, Trimble Navigation, YTL Cement
Descrição enviada pela equipe de projeto. A Residência Canvas Hill, traz em seu nome as ferramentas de um pintor (Canvas é tela em inglês) e a topografia do terreno (Hill, que significa montanha), refletindo, assim, o espírito do morador, um renomado artista local que, em muitos níveis, intui seu uso e genius loci dentro de uma proposta arquitetônica moderna, porém, tradicional.
O terreno, com uma parte naturalmente plana, seguida de uma colina de 7 metros de altura, dá aos arquitetos uma topografia que seria aproveitada no projeto. "O projeto que imaginei consiste em um pátio próximo da colina, definido por dois pavilhões. Precisava ser direto, ousado e forte. Mas ainda assim também precisava ser leve. Nos inspiramos, então, nos pátios tradicionais das residências chinesas, chamados de siheyuan, com três construções formando os limites em U, e o quarto sendo uma piscina de borda infinita".
O pátio, enquadrado na entrada por um pórtico tipo moon-gate, elemento tradicional nos jardins chineses, é ostensivamente definido pelos pavilhões que compõem a casa e enquadram o horizonte pitoresco. O pavilhão maior abriga a casa e também espaços de trabalho do artista. Organizado em camadas de decks em balanço e beirais, a construção com três pavimentos se projeta aproveitando a inclinação do terreno. O segundo pavilhão é menor e é dedicado aos hóspedes. Apesar de ser resolvido no térreo, mantém uma linguagem similar ao primeiro pavilhão. A composição é abertamente linear e foi manipulada para promover a claridade e os efeitos dramáticos requeridos por um terreno tão proeminente.
No pavilhão maior as três categorias de espaços, privativo, semi-privativo e coletivo são organizadas em camadas. Entendida como uma casa de família, o subsolo e o primeiro pavimento são áreas semi-privativas, contendo as salas de estar e jantar que funcionam em uma planta livre, se assemelhando a galerias de arte, e abrindo tanto para o pátio quanto para um terraço em balanço com vistas para a Genting Highlands. No segundo pavimento ficam uma sala de estar mais íntima para a família e os dormitórios, que são rodeados por um deck que conecta com o pavimento acima por uma escada metálica.
Um pátio externo, abaixo do primeiro pavimento de deck, funciona como a oficina do artista. Seu pé-direito de 3 metros de altura convida à iluminação natural permear de forma generosa o espaço, ao mesmo tempo que está protegido pela construção acima, propiciando um ambiente ideal para criação artística. A galeria deriva deste espaço de oficina, e expõe tanto as obras do artista quanto sua coleção particular. Aberta a visitas periódicas, a galeria representa o programa público de Canvas Hill, acessível por uma entrada particular com estacionamento, separados da entrada da casa.
O conforto térmico nos espaços internos é estável, devido, principalmente a sua implantação axial, e também às persianas, inspiradas nas casas kampung tradicionais, as quais ventilam o pavilhão mesmo quando as portas e janelas estão fechadas. Nos dias mais quentes os decks e a cobertura com longos beirais promovem o sombreamento e resfriamento sem necessitar de ar condicionado, ressaltando as soluções passivas de projeto.
A madeira de Chengal é utilizada nos decks, de forma que sua resistência, calor, durabilidade e cor conduzem a linguagem arquitetônica da casa. Elementos verticais de Merbau são integrados às colunas metálicas, extendendo a ambiência que a madeira trás para a casa. "Foi uma aventura projetar a casa. O que você vê, é o que é", afirma Choo, e continua "coordenar tudo foi bastante difícil. Você têm materiais diferentes que precisam de detalhes diferentes, métodos de construção diferentes".