-
Arquitetos: Bruno Kim Arquitetura, Firma Arquitetura
- Área: 150 m²
- Ano: 2019
-
Fotografias:Vivi Spaco, Manuel Sá
-
Fabricantes: Air-Conditioning, Carpet, Civil work, Countertops, Fixtures, Furniture, Kitchen cabinets, Kitchen equipment, Lighting, Metalwork, Shading, Wine Cellar, Woodwork
Descrição enviada pela equipe de projeto. A nossa história com este apartamento se inicia em um momento de transformação para os nossos clientes. Após terem vivido quase 20 anos no mesmo imóvel e visto seus filhos começarem a sair de casa (e os netinhos chegando) eles sentiam que era a hora de realizar algumas mudanças. Por isso, fomos chamados com a missão de transformar o apartamento dos anos 60 em um “loft”, com uma suíte remodelada, um quarto para os netos, que também pode ser utilizado como escritório, e uma sala ampla e confortável, muito bem iluminada e totalmente integrada com a cozinha para a realização de confraternizações com os amigos.
Do ponto de vista arquitetônico o projeto se norteou pela definição dos diferentes ambientes que compõem a planta de forma fluida, integrada e continua, sem gerar “ruídos” entre os diferentes usos.
A estratégia adotada no projeto foi criar um novo “pano-de-fundo” para o apartamento que, como um pano-de-fundo de um palco de teatro, fosse capaz tanto de servir de espaço para a guarda dos objetos do dia-a-dia (rouparia, louçaria, armários, etc) quanto de resguardar as áreas privadas do apartamento dos ambientes de uso comum. Sempre com esta ideia de dupla função, este pano-de-fundo foi todo imaginado em madeira e inicia-se na sala de jantar, contorna o volume do banheiro social, prolonga-se pela lavanderia e termina na cozinha. Na cozinha, inspirada na famosa casa Farnsworth projetada por Mies Van der Rohe em 1951, uma fenda se abre no volume de madeira e a bancada da cozinha de 4,5m de tampo cerâmico e armários metálicos branco surge.
Em contraponto a este pano-de-fundo em madeira, o volume de concreto aparente que abriga o banheiro social e os equipamentos da cozinha ocupa posição central na planta, servindo como uma rótula que organiza os diferentes fluxos do cotidiano. Por estar posicionado no centro da planta, este núcleo foi imaginado do ponto de vista simbólico como o coração da casa, abrigando tanto os fornos (o equivalente à lareira contemporânea) como um banheiro cor-de-rosa, que remete à memórias de infância dos proprietários.
O perfil dos clientes permitiu o desenvolvimento de soluções pouco convencionais em reformas de apartamento, o que também exigiu um alto rigor no desenho e execução dos detalhes e que tiveram um resultado estético refinado. Exemplos disso são a bancada da cozinha executada a partir de uma única peça cerâmica de grande dimensão com tomadas e escorredores de pratos embutidos e calhas úmidas para a disposição utensílios de cozinha, possibilitando que a cozinha totalmente aberta esteja sempre organizada.
Outro exemplo é o uso da marcenaria para organizar e conformar os cômodos ao invés da alvenaria ou drywall, possibilitando assim o maior aproveitamento do espaço do imóvel. O maior desafio foi a solução da adega por conta do resultado estético que gostaríamos atingir somado às necessidades técnicas de climatização, estrutura e equipamentos.
Os materiais foram escolhidos para harmonizar com o que havia de existente: a vista na altura da copa das árvores, o piso de taco pré-existente e os pilares de concreto de tábuas largas da estrutura do edifício. Mobiliário e decoração também foram definidos da mesma forma e considerando alguns objetos e quadros que o casal já possuía.