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Arquitetos: Kennedy Nolan Architects
- Área: 215 m²
- Ano: 2018
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Fotografias:Derek Swalwell
Descrição enviada pela equipe de projeto. Apoiada sobre as dunas costeiras do leste de Victoria, a casa de férias pertence a uma família, que tem uma longa história com o modesto vilarejo à beira-mar de Sandy Point. A quase três horas de Melbourne, esta casa foi projetada para longas estadias - no verão e no inverno.
O principal material utilizado na construção foi a madeira, tratada para o ambiente propenso a incêndios florestais. O material foi utilizado em uma coloração acinzentada, de forma a se camuflar no entorno de uma plantação indígena. A aspiração subjacente do projeto foi projetar uma casa que refletisse e amplificasse a conexão genuína com o local, que evoluiu ao longo de gerações. Algumas das condicionantes foram, configurar uma casa para várias gerações e proporcionar áreas íntimas de estar, porém com um senso de integração constante.
O clima local costuma ser bucólico, porém pode se tornar miserável, mas os proprietários encontram beleza e uma conexão profunda em todas as condições. Pelo fato da casa ficar desocupada por longos períodos, a edificação precisava ser segura e de baixa manutenção. Sandy Point é uma comunidade de residências modestas e estradas de terra, desta forma os clientes buscavam uma casa que não agredisse o entorno. Abordamos o projeto com uma espécie de parametrização instintiva, considerando todas as condicionantes.
A modelagem da planta, forma e materialidade foi feita com base nas características únicas do local e a partir de uma interpretação das tradições de habitações à beira-mar. Subjacente a este entendimento, também buscamos imaginar uma experiência costeira. A casa é um catavento, disposta em torno de um pátio interno protegido - um refúgio dos ventos e do clima. O pátio funciona como um claustro, à medida que fornece uma conexão externa protegida entre os quatro cômodos distintos. Não há conexões internas, é preciso sair para se deslocar entre os ambientes. O espaço central é usado intensamente, além de ser o acesso da casa, quase todos os ambientes se abrem para ele, configurando um local externo protegido e mediando as mudanças de nível.
Há uma experiência no espaço, de modo que conforme o usuário se move de uma sala para outra, com a visão das estrelas, uma explosão de ar frio ou o som do oceano. Os cômodos que permeiam o pátio são dispostos de forma a refletir o terreno acidentado, movendo-se pela casa, o usuário se recorda do solo sob seus pés, conforme transita entre os diferentes níveis. O arranjo do pátio promove uma consciência sensorial do lugar, mas também apoia uma experiência social cheia de nuances, como um claustro tradicional.
O pátio oferece reclusão, mas facilita os encontros em um espaço comum neutro - de forma organizada ou casual. Como as casas de férias costumam acomodar visitantes, esse arranjo a torna um lugar para receber e ser um hóspede. A casa é um local profundamente enraizado na paisagem, derivando das memórias das férias em família e onde novas memórias podem ser nutridas.