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Arquitetos: Matthew Woodward Architecture
- Área: 190 m²
- Ano: 2019
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Fotografias:Brett Boardman Photography
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Fabricantes: Archicad, Australian Architectural Hardwood, Award Architectural Aluminium, Breezeway Louvres, Briggs Veneers, Louis Poulsen, Lysaght
Descrição enviada pela equipe de projeto. A Casa do Lago Willis não apenas empresta o nome ao belíssimo lago em Nova Gales do Sul, Austrália, ela incorpora em sua arquitetura a beleza cinematográfica de sua paisagem natural. Seja refletindo o pôr-do-sol cor de rosa em suas fachadas de vidro canelado, incorporando o brilho intenso carregado pela maresia matutina ou emoldurando a imensidão desta paisagem em suas aberturas longas e estreitas, uma coisa é certa, esta casa foi projetada para ser “a Casa do Lago Willis”.
Nossa principal intenção foi conceber uma casa um tanto experimental, uma estrutura que revelasse as qualidades de seus materiais, um edifício projetado com rigor mas que ao mesmo tempo, se revela leve e delicado. Um lugar onde seus moradores pudessem convidar seus amigos e familiares para celebrar a vida, para vivenciar de perto a beleza desta paisagem em constante transformação.
A Casa do Lago Wallis proporciona tanto condições de controle e intimidade quanto de abertura e extroversão. Suas formas simples nos fazem pensar na arquitetura escandinava e na forma como esta se apropria da luz natural. Suas aberturas foram concebidas para emoldurar as principais vistas em direção ao famoso Lago Wallis ao mesmo tempo que aponta em direção ao sol, para a mesma direção de onde vem a agradável brisa do mar. Somado a isso, a casa conta com um jardim cultivável e uma cobertura jardim, elementos que permitem uma integração ainda mais profunda entre arquitetura e paisagem.
Questões relativas à sustentabilidade foram consideradas desde as primeiras fases de projeto, estabelecendo as nossas principais diretrizes ao longo do processo. Sistemas de coleta e armazenamento de água da chuva abastecem uma cisterna com capacidade de 20 mil litros, a qual serve para abastecer a área de serviço e os banheiros da casa. As águas cinzas são tratadas no local antes de serem redirecionadas para a irrigação do jardim. Estratégias passivas de aquecimento e resfriamento operam em conjunto com amplos beirais e generosas áreas envidraçadas voltadas para o norte. Elementos de proteção solar operáveis permitem sombrear as fachadas nos dias e horários mais quentes do ano. Ventilação cruzada é outro elemento fundamental considerado no projeto. Os materiais escolhidos, em sua maioria, são reciclados e de alta durabilidade além de operarem como elementos de massa térmica. A cobertura jardim situada sobre a sala de estar colabora com a manutenção das melhores condições de conforto no interior da casa—até mesmo em um clima extremo como o australiano.
A arquiteta do edifício se revela em uma mistura de formas, as vezes mais robustas e grosseiras e, em determinados momentos, mais delicadas e equilibradas. Formalmente a casa é composta por dois volumes prismáticos que se conectam através de uma passarela—a qual conecta os espaços interiores ao jardim. O espaço de convívio é caracterizado por um edifício térreo construído em concreto aparente, as áreas privativas, por outro lado, encontram-se ajustadas em uma caixa de vidro e madeira de dois pavimentos.
O acesso principal se dá através de uma pequena clareira na floresta, a qual desemboca em um amplo jardim de grama de canguru. Ao longo do percurso até o portão de entrada, podemos vislumbrar pequenos detalhes da casa que parece se esconder entre as árvores e as montanhas. A casa só se revela quando finalmente saímos da floresta, no exato momento em que o lago se esconde atrás do primeiro volume do edifício. Uma vez no interior somos recebidos em um espaço concreto, cinza do piso ao teto. A lareira central em aço é como um convite caloroso e um abraço apertado. A luz do sol, que banha todo o espaço da casa, penetra por entre as vigas monumentais que sustentam o jardim da cobertura.
A cozinha opera como um pano de fundo, uma parede contínua que atravessa toda a extensão do primeiro volume da casa, onde encontram-se dois quartos de hóspedes e um banheiro. Junto à circulação, uma parede de vidro de dupla altura se transforma em um farol de luz difusa. Brises de madeira e chapas perfuradas de aço nos proporcionam a sensação de estarmos dentro de uma casa na árvore. A cobertura jardim funciona como uma piscina verde de bordas infinitas. Entre os dois volumes da casa, uma passarela leve nos leva até o jardim secreto, desde onde podemos observar toda a beleza de uma paisagem em constante processo de transformação.
