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Arquitetos: Ana Helena Ferrari
- Área: 90 m²
- Ano: 2018
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Fotografias:Ruy Teixeira
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Fabricantes: Terracor, Artzzi, Campinas Decor, Deca, Forma Final, Passado Composto Século XX
Descrição enviada pela equipe de projeto. O espaço projetado para a mostra CAMPINAS DECOR 2018, é um convite ao descanso e aconchego, além do olhar através, em que cada detalhe conta uma história, a da nossa gente, suas vidas, seu tempo, seu saber fazer. O Refúgio do Hóspede “Traduz o que nos move como escritório, é sobre o respeito e entendimento daquilo que somos e fazemos quando entramos na casa das pessoas, além da importância de entender a vida de cada um, valorizar o que se tem de melhor, de modo a sentir-se abraçado pelo seu lar”, conta.
A estética valoriza o rústico, o imperfeito, o monocromático e o aspecto natural, interligada ao conceito wabi-sabi, que encontra sua base nos ideais zen budista, cujo preceito está ligado à aceitação da impermanência: “Nada é permanente, a não ser a própria impermanência das coisas.”, o que está em jogo não é o produto final em si, e sim o processo.
Discussões atuais sobre habitações contemporâneas nos convida e redireciona a um morar em que a casa se torna um abrigo, um lugar espiritualizado longe do caos e a natureza é essencial, o termo refúgio nunca fez tanto sentido, aquele que oferece paz, tranquilidade, harmonia e equilíbrio. Sem excessos.
As aberturas com grandes vãos, conectam o exterior com o interior, deixando a luz natural e o verde entrarem, lembrando que queremos ser cuidados, regados e abraçados. Além das plantas, há a aproximação com água, que é vista e sentida de perto, assim como os materiais, que se apresentam como são, a beleza está na sua verdade. A brasilidade está tantos nos materiais, como no mobiliário escolhido, dedicado ao jeito leve e informal de morar dos brasileiros, reconhecendo recursos materiais e imateriais intrínsecos de nosso território.
Os diálogos se expressam tanto entre o contemporâneo e o moderno - Jean Gillon, José Zanine Caldas e Zanini de Zanine - quanto com as peças de memória afetiva. Exaltamos o que temos de melhor, tanto nos novos designers e artesãos, como com os que se foram e deixaram sua marca na história do design brasileiro. Qualidade é o que importa, não quantidade. Livrar-se dos excessos e aceitar que não é necessário a ‘combinação’, desde que o resultado seja harmônico e faça sentido ao usuário.
O banheiro é cuidado de modo a ser um lugar especial, em que o banho é feito em meio a água, junto ao verde e em contato com as texturas - o piso de mármore rústico, tijolo pintado, paredes com textura e a taipa - nos conectando as nossas raízes, remetendo nossa essência e identidade, são protagonistas, mas de forma sutil. A escolha de isolar a bacia sanitária do todo foi de trazer qualidade visual a esse momento, além do conforto e tranquilidade.
''Os espaços devem ser vividos, tem que nos tocar e causar emoção além do ato simples de se ver. Não temos mais lugar em nossas vidas para beleza sem essência, por isso todos os elementos possuem um significado, nada é aleatório, cada projeto é único.'', conta.