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Arquitetos de interiores: AIM Architecture
- Ano: 2018
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Fotografias:Johan Sellén, Dirk Weiblen, Marc Goodwin
Descrição enviada pela equipe de projeto. O B Campus não foi concebido apenas como um mero projeto educacional, mas como um ecossistema complexo onde trabalho e educação se complementam.
Composto por uma creche, uma escola de ensino fundamental, e uma escola para educação de Jovens e Adultos além de uma empresa de investimento, o B Campus foi concebido como um centro de aprendizagem. A empresa que ali se estabeleceu, conduziu o projeto para fazer dele algo a mais que um simples edifício de escritórios, acreditando no potencial da educação para promover o progresso e o desenvolvimento pessoal e coletivo em uma sociedade.
Uma Contribuição
Procuramos abordar os vários programas que configuram o projeto de forma integrada, buscando construir uma sensação de unidade através do conjunto. A escolha pela estrutura de concreto aparente serviu para definir uma materialidade que pudesse atravessar os programas e assim amarrar as distintas atividades que ali acontecem. Pórticos, portas e armários de madeira serviram para preencher estes espaços e marcar a transição entre um âmbito e outro. As lajes foram mantidas aparentes, revelando toda a exuberância de seus pés direitos generosos assim como para maximizar a iluminação natural do interior do edifício—potencializando a sensação profundidade e amplitude.
O acesso se dá através de uma entrada única, a qual é compartilhada tanto pelos funcionários e visitantes quanto pelos alunos. O edifício de escritórios se encaixa perfeitamente neste ambiente diverso, operando como elemento de mediação entre a Escola de Ensino Fundamental e aquela para Jovens e Adultos. O conceito por trás deste projeto é que os ambientes de aprendizado e de trabalho não são assim tão diferentes, e tampouco os espaços de uma escola para crianças e outra para adultos devem divergir muito entre eles.
No coração do edifício de escritórios encontra-se uma espécie de auditório aberto e público, como uma arquibancada flanqueada por duas monumentais paredes brancas que refletem a luz do sol que atravessa a abertura zenital da cobertura. Chamado de Sky Room, este espaço pretende ser um ambiente flexível concebido para aproximar as pessoas que habitam este espaço. Os funcionários parecem se interessar cada vez mais pelos eventos públicos realizados pelos alunos no auditório, de forma que o espaço raramente encontra-se vazio ou desocupado. Quando não está sendo utilizado, o palco pode ser aberto, conectando a arquibancada com uma série de programas que se estendem atrás do auditório, como espaços de encontro e reunião, salas de descanso e até mesmo uma livraria.
Instalações Educacionais
Além de contemplar uma série de espaços educacionais multifuncionais, o edifício também acolhe uma variedade de outros espaços complementares como uma área de oficina, uma sala de música, um teatro multifuncional e uma biblioteca.
Enquanto a maioria dos espaços programáticos formais são acolhidos pela onipresente estrutura de concreto aparente do edifício, adicionamos alguns elementos coloridos para facilitar a orientação dos usuários dentro do complexo. No nível L1, criamos um espaço de oficina e criação que pode ser utilizados tanto pelos alunos quanto pelos funcionários.
Acima deste, no nível L2, o edifício conta com um terraço aberto que dá para a escada de madeira responsável por conectar todos os pavimentos e programas do edifício. A partir deste terraço é possível acessar o auditório de música, um espaço revestido de madeira natural e iluminado por uma dúzia de cúpulas de concreto aparente.
A biblioteca, por sua vez, definida por uma sucessão de pequenos espaços de estudo protegidos pelas estantes de livros, foi pensada para que os alunos se sentissem à vontade para entrar e passar a maior parte de seu tempo entre os livros. As cúpulas, responsáveis pela iluminação do ambiente da biblioteca definem o ritmo e a modulação deste espaço.
À primeira vista, tanto a biblioteca, quanto o restante do programa do edifício, parecem operar em completa sintonia. É como se os espaços formais e informais se alimentassem uns dos outros, proporcionando uma sensação de liberdade que transcende a própria arquitetura. Cada um dos espaços foi minuciosamente detalhado e projetado com muito cuidado e atenção. Intuitivamente, os espaços do edifício dão pistas de onde um programa começa e outro termina, ele sugere limites mas não os impõe. O campus, como um todo, foi pensado como a materialização de um ideal de vida, onde os espaços de trabalho e educação se sobrepõe para construir um ambiente de aprendizado para a vida.