-
Arquitetos: MAKNA
- Área: 100 m²
- Ano: 2020
-
Fotografias:Leonardo Giantomasi
-
Fabricantes: AutoDesk, Cristina Rocha Tauá Cerâmicas, Deca, Duratex, Gerdau, LG, Leroy Merlín, MMartan, Marmoraria Moura Miranda, Paraíso das Flores, Portobello, R&A Topografia, Sander Inox, Suvinil, Tigre, Udinese, Vidraçaria Central
Descrição enviada pela equipe de projeto. Casa para uma vida tranquila, em um terreno perfeito, com qualidade? A resposta, apesar de simples, veio através de muita pesquisa, o que possibilitou o aproveitamento do espaço disponível de maneira criativa. Através da reorganização dos espaços convencionais de uma casa, a proposta arquitetônica lança mão de ambientes integrados e elimina outros considerados obrigatórios, tendo como fio condutor priorizar o convívio social. A ocupação otimizada do lote foi uma das principais condicionantes para o desenvolvimento do projeto. A busca por iluminação e ventilação naturais definiu a ênfase no desenho de um jardim lateral, de forma a criar fachadas generosamente banhadas de luz.
Para favorecer a comunicação visual e espacial, entre as áreas interna e externa, utilizamos caixilhos em alumínio com vidro transparente. As dimensões do terreno (apenas 7,5x20m) demandou algo racional, que aliviasse o canteiro de obra, por isso escolhemos a estrutura metálica como parte do sistema construtivo. Este, composto por lajes secas com vigas e pilares que chegam prontos de fábrica, nos possibilitou uma construção rápida, montada em poucos dias. Com design autoral, o portão foi produzido em ferro ripado mimetizado e vazado, o que garante certa permeabilidade entre o lote e a cidade e, ao mesmo tempo, privacidade aos moradores.
O escritório/quarto, volta-se à frente da casa com vista, ora para o jardim, ora para a Dama-da-noite, transplantada na fase final da obra, presenteando o passeio . Uma peça artesanal, feita em concreto, emoldura a janela em aluminio cor madeira, uma veneziana do tipo camarão que remete ao charme típico das casas de vila, trazendo privacidade quando desejado. Um dos destaques é o jardim, que desenha o percurso externo através do recuo lateral, conectando a residência desde a entrada da rua até a churrasqueira. Também faz a transição entre espaços, com sua vegetação, criando um respiro natural. O jardim surge então como elemento de articulação dos espaços de convívio da casa. As paredes da fachada receberam pinturas diferentes, em terracota e tons neutros. Dessa forma servem imageticamente como intermediárias entre os dois volumes, que se formam e dividem o programa da residência, de maneira clara.
O volume fechado, em estrutura convencional, concentra os quartos, banheiros e escritório. Já o volume amplo, composto por estrutura metálica, contém ambientes de apoio como salas, cozinha, área de serviço e circulação horizontal, que organiza a casa numa lógica clara e identificável. Os volumes, possuem propostas distintas e organizam as funções da casa, além de estarem dispostos de tal forma que levam os moradores a desfrutar do verde e da luz em todos os deslocamentos. A ideia do projeto foi proporcionar uma experiência sensorial aos moradores, algo que permitisse a proximidade com a natureza, o convívio e o bem-estar. Para isso, foram escolhidos grandes panos de vidro, que maximizam a entrada de luz natural, a ventilação cruzada e a integração das áreas interna e externa. Através de uma claraboia, que compõe o hall de entrada para a suíte do casal, é possível contemplar o céu de dia e de noite, bem como as mudanças de estação do ano.
A sala de tv e de jantar voltam-se ao jardim, que, através dos passadiços em concreto encravados na grama, fazem a conexão desde a garagem até a área social aos fundos. O jardim, quando o caixilho está aberto, pode ser uma extensão da sala, tornando o ambiente aberto, avarandado e agradável. A sala de jantar é integrada à cozinha, que possui como vedação painéis envidraçados em uma de suas faces. Este elemento se recolhe à lateral, garantindo abertura total do espaço aos moradores e convidados. Um convite à área social, quase como um abraço. A área da cozinha é um ambiente multiuso, livre de fechamentos e, junto a uma ilha de cocção em mármore, organizam de um lado a cozinha e do outro a circulação de quem vai à área social ou à sala de jantar .
Um bloco em nicho deslocado, com marcenaria de design autoral, acomoda a área de preparo com fogão, forno, geladeira e armários, assim como o espaço de serviço, que passou de obstáculo à oportunidade de projeto. A solução adotada, portanto, foi destacá-lo na forma e promover sua integração ao espaço. Para os mobiliários não fixos, foram escolhidas peças que podem ser mudadas de disposição com facilidade. Por tratar-se de uma casa prática, optamos por revestimentos de fácil limpeza e manutenção. O piso em tom cinza, utilizado no bloco social, acomoda os animais domésticos correndo pela casa, e até mesmo os moradores caminharem descalços, após um banho de ducha fria nos fundos da residência. Nos quartos e área social externa, utilizamos pisos em tom madeira, de modo a aquecer e proporcionar um certo aconchego. Um dos dormitórios foi destinado a um quarto flexível que pode assumir diferentes usos.
Na suíte, desenhamos porta balcão do chão ao teto, possibilitando uma visão para o jardim de bambus e um painel em cimento queimado. Esses respiros trazem o exterior para o interno da casa. Dentro e fora se misturam, e confundem-se harmoniosamente. O resultado é uma casa aconchegante, com aproximadamente 100m² de área útil, que aparenta ser maior, graças a integração e continuidade dos seus espaços fechados e o jardim.