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Arquitetos: 2m2 architects
- Área: 206 m²
- Ano: 2020
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Fotografias:Kyungsub Shin
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Fabricantes: Eagon Window, FAKRO
Descrição enviada pela equipe de projeto. A Casa Sista está localizada em um terreno nos limites do bairro de Sinsu-dong, no distrito de Mapo-gu, uma antiga área residencial em Seul. Situado em uma rua estreita, com pouco mais de 4 metros de largura, em uma região que não obteve sucesso após algumas tentativas de regeneração urbana, onde corretores de imóveis começaram a construir várias moradias ilegais ao mesmo tempo que os antigos moradores debandavam do bairro, um jovem casal de 30 e poucos anos, preocupados com as condições de alojamentos femininos, teve a iniciativa de construir um edifício de apartamentos de aluguel dedicado exclusivamente a mulheres.
Após anos de preparação para fornecer a elas uma boa acomodação, finalmente conseguiram o contrato do terreno e se juntaram aos arquitetos para construir a casa. O antigo dono do terreno era um construtor que resolveu vender sua terra mesmo tendo uma boa localização, próxima de universidades, empresas e estações de metrô. Como a largura da rua que dá acesso ao lugar é inferior a 4m, a área de 139m² no papel, tornou-se 131m², pois 8m² pertenciam à via pública. A Casa Sista, uma acomodação feminina que visa um ambiente de vida confortável e tranquilo para mulheres na faixa dos 20 e 30 anos, deu a cada espaço sua própria característica, para se diferenciar das várias moradias existentes na região, e também para lidar com o orçamento limitado.
Há um conflito pretendido entre as áreas comuns e as áreas privativas de cada apartamento, onde as áreas privativas são aconchegantes e confortáveis, em contrapartida das áreas de circulação e do hall de acesso, que trazem materiais brutos. Dessa forma, a escada que faz o acesso vertical foi projetada com paredes rústicas de concreto aparente e acabamento em piso de pedra, evitando ao máximo o embelezamento e revelando a textura do próprio material. A escada tem vista para a rua e funciona como um espaço comum dentro do edifício, mas ainda precisa prever a privacidade perante a rua. Dessa forma, o edifício apresenta uma dupla camada, uma parede de alvenaria permeável e um caixilho com vidro, que permite a entrada de luz e ventilação internamente, garantindo a privacidade das mulheres. Já nos espaços interiores aos apartamentos, a abordagem é diferente, mais aconchegante, graças ao uso do piso em carvalho, paredes e móveis brancos. O tamanho da janela é maior do que o das casas convencionais, o que é vantajoso para a abertura e iluminação. Para as fachadas, foram utilizados principalmente tijolos de barro que se misturam bem com o entorno e painéis metálicos revestidos. Esses painéis, usados nas paredes inclinadas superiores e na parte superior do estacionamento, somados ao tijolo, criam um senso de unidade.
O edifício é composto por diferentes tipologias, com unidades de um dormitório, dois dormitórios, unidades com área externa e também com pé direito maior. Essa variedade reflete a heterogeneidade do público feminino que habitará o edifício. O programa é dividido por pavimento, começando pelo térreo, onde há uma sala de convivência e música, que pretende ser o espaço social do edifício, onde as residentes podem interagir, relaxar e se divertir. Os pavimentos acima concentram os apartamentos, com cozinha e banheiros privativos. A vizinhança admite que a atmosfera do bairro mudou desde a implementação da Casa Sista, a qual traz novos ares para o antigo bairro. A expectativa é que, apesar de sua distinção do entorno, ela seja um lugar familiar e se torne lembranças acalentadoras na mente das moradoras e dos vizinhos.