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Arquitetos: Visioarq Arquitectos
- Área: 390 m²
- Ano: 2020
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Fotografias:Fernando Guerra | FG+SG
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Fabricantes: panoramah!®, Vidromax
Descrição enviada pela equipe de projeto. A Casa RCR está situada na zona centro de Portugal, em Anadia, numa zona essencialmente residencial. Este foi um exercício de equilíbrio e organização de volumes que procurou promover a criação de espaços para serem vivenciados, uns de uma forma mais privada e intimista, outros com uma relação mais forte com o exterior, mas mantendo igualmente o caracter intimista e de refúgio na relação com a envolvente. Um exercício já ensaiado que articula dois volumes sobrepostos e perpendiculares, gerando não só uma particular dinâmica espacial, mas também diferentes relações visuais entre os cheios e os vazios, entre os claros e os escuros provocados pela dinâmica das sombras, entre as áreas privadas, semiprivadas e a vista para a envolvente com a Serra do Caramulo ao fundo.
Dois andares, abrigam o programa funcional: jardim, zona de barbecue, sala de estar e jantar com uma ligação forte com o exterior, Instalações sanitárias, cozinha, três quartos, escritório e garagem.
A área de circulação é composta por uma escada linear debaixo de uma claraboia junto à zona de escritório que ilumina o interior da moradia ao nível do piso superior e escritório/biblioteca, privilegiado com duplo pé direito e uma relação visual para o jardim exterior. A luz natural é uma presença constante em todos os espaços da moradia.
Os volumes desenvolvem-se para criar constantes e distintas relações entre os espaços internos e externos com entradas de luz nas suas uniões. Os quartos, no primeiro piso, olham para a paisagem com a Serra do Caramulo em destaque. O volume dos quartos projeta-se para a frente do limite do piso inferior. De um lado, uma consola balançada acolhe a entrada principal da casa, do outro, o volume pousa numa lamina de betão que cobre a zona de refeições exteriores com barbecue e da sala.
A entrada principal da casa é servida por uma porta de grandes dimensões que acompanha a escala imponente que caracteriza a peça arquitectónica.
Os volumes são formalizados por paredes forradas a ripado de alumínio lacado no piso inferior e no volume que formaliza o escritório, e em grandes chapas de vidro preto lacado fosco no volume superior dos quartos. A escolha destes materiais procura criar um grande contraste cromático, de forma a reforçar a horizontalidade das formas e desta forma reduzir o peso volumétrico aparente. Na parte posterior da casa, a sala desenvolve-se num único piso térreo, coberta por uma lamina de betão aparente, com uma estereotomia em veios de madeira, resultado do emparelhamento da cofragem de pinho que procura introduzir a referência da natureza num material puramente contemporâneo, criando uma relação poética com os jardins exteriores pontualmente rasgados por percursos em sulipas de madeira e casca de pinho.
Os quartos têm nas suas aberturas laterais um ripado e portadas metálicas que filtram a luz sem eliminar do interior a contemplação da paisagem envolvente.
Esta intervenção assenta na criação de um refúgio, que promove a relação interior/exterior, na criação de cumplicidades entre o utilizador e o espaço envolvente e do espaço envolvente com a volumetria criada.