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Arquitetos: TAM - Guillermo Elgart
- Área: 65 m²
- Ano: 2020
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Fotografias:Obralinda
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Fabricantes: Adobe, AutoDesk, Casa Blanco, Cerrosud, Pasalto Hormigon, Pintureria "Del centro", Trimble Navigation
Descrição enviada pela equipe de projeto. Uma pequena casa. Um terreno no bairro Santa Celina, ao sul de Mar del Plata. Um bairro ajardinado da cidade. Um lote de centro/metade da quadra, que apesar de ter uma tipologia pampeana, contava com a rua bem abaixo do seu nível natural. À sua frente, uma rua ampla e cheia de árvores. Ao fundo, ao norte, um passeio público verde. Muito atípico e ao mesmo tempo muito bonito, um caminho de pedestre. Apesar dos poucos metros do programa, procuramos diversos percursos, podendo-se chegar a todos os espaços por mais de um caminho à escolha. Esses caminhos começam em um pátio central. Para isso, escavamos o terreno, alargando o nível da rua e assim inserimos uma grande rampa, que, como um pátio de carruagens, irrompe no centro do terreno.
Sobre o lote, repousa uma estrutura que envolve tudo. A casa é definida de forma simples. Simples na construção e simples na estrutura. Uma linha dupla de colunas metálicas paralelas à linha municipal. Sobre elas, de forma perpendicular, apóia-se uma série de vigas invertidas que estão presentes em toda a extensão. Assim, suspensa abaixo delas, há uma laje que define todo o espaço e também se dobra nas e extremidades conformando empenas. Por fim, o deck é suspenso por meio de tirantes metálicos fixados nas grandes vigas, deixando assim os pilares em altura dupla. Não há nada mais, não há elementos decorativos. A estrutura é a casa. Esta simplicidade construtiva permitiu-nos exaltar a estrutura e o sistema espacial. Apenas um elemento que aprisiona o espaço dentro e sob ele, e no qual nos movemos livremente. Para ser, para circular. Dentro fora. A linha que define o interior e o exterior se move livremente sob este grande recipiente de espaço.
Caminhos e relações espaciais. Vazamentos constantes em todas as direções enquanto se caminha sob um único plano. Investigar a multiplicidade de situações espaciais foi a premissa deste trabalho. A casa é um passeio, é poder estar em qualquer nível, é dentro e fora, é para cima e para baixo.
A casa desenvolve-se sem definição de níveis, encontra-se no espaço. O estar é o piso, a poltrona, o exterior, o deck, a galeria e o parque está abaixo e acima. A relação mais procurada é a espacial. A casca onipresente liga todos os espaços e os ordena. Tudo está sob ele. TUDOS. Os espaços de estar e os de circular. A galeria e o setor de churrasqueiras, o carro e até as árvores estão contidos sob e dentro do jogo estrutural... Os espaços se olham... VIVENDO COM O MÍNIMO COMO SE FOSSE O MÁXIMO.