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Arquitetos: Mauricio Ceballos X Architects
- Área: 270 m²
- Ano: 2020
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Fotografias:Diego Padilla Magallanes
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Fabricantes: Adobe, AutoDesk, Brillante, Gaia Design, Helvex, Illux, LG, Retromobili, Trimble, Ventor
Descrição enviada pela equipe de projeto. Localizado em um terreno ancestral em Malinalco, México, rodeado de vegetação abundante, ao lado de uma colina junto a uma das três pirâmides monolíticas do mundo, um centro cerimonial asteca, o terreno foi cuidadosamente escolhido pelos clientes por conta de seu microclima único e grandes árvores.
Nos aproximamos do projeto fazendo as seguintes perguntas: Como criar uma construção com linguagem contemporânea em um contexto pré-hispânico, que consegue se fundir com o ambiente natural e cultural, respeitando 100% da vegetação existente? Como desenvolver uma casa flexível e atemporal? Como desenvolver uma construção que imita a natureza.
Partindo do contexto cultural pré-hispânico e da conexão predominante com a natureza, o conceito do projeto é baseado na cosmovisão mesoamericana, onde as árvores têm um significado ritual. As raízes simbolizam a conexão com o submundo, os troncos a vida humana terrestre e as copas a conexão com os Deuses. Para enfatizar esta ideia, o projeto é dividido em três pavimentos: o primeiro, uma base espelhada que dá continuidade ao terreno natural e às raízes das árvores, e permite que o volume principal da casa pareça flutuar; depois, o espaço de convivência, todo em um mesmo nível, onde ocorre a vida diária; finalmente, a cobertura aberta natural formada pela folhagem das árvores.
Para não afetar as árvores, o terreno foi cuidadosamente escaneado e diferentes volumes foram distribuídos ao redor delas. Nenhuma raiz, troncos ou galhos, cuidadosamente protegidos, foram afetados. Desta forma, surgiram espaços labirínticos, mudando continuamente sua percepção de acordo com a luz e a hora do dia. Os interiores da casa tornam-se exteriores e, analogamente, as áreas externas também dialogam com o interior para manter os habitantes em contato com a natureza. Os espaços multifuncionais foram projetados para que possam ser transformados de acordo com as necessidades momentâneas, onde todos os tipos de atividades podem ser realizadas, desde descansar até trabalhar em casa; esta flexibilidade funcionou perfeitamente durante os tempos da COVID-19. O uso de materiais naturais e locais como madeira, pedra e Chukum (antigo estuque maia), enquanto integra espelhos ao redor das fachadas para tornar o edifício leve e contínuo, cria uma integração perfeita com o ambiente e a cultura arquitetônica locais. O projeto faz referência a seu contexto histórico de várias maneiras: a pirâmide, reinterpretada no espaço externo principal, é construída com blocos de madeira. A pedra monolítica esculpida que funciona como uma fogueira representa a cultura gastronômica mexicana "el Molcajete" usada como argamassa, e as vistas diretas para o aqueduto que limita o terreno criam uma combinação harmoniosa que funciona como unidade.
De um ponto de vista sustentável, várias necessidades foram atendidas: pegada mínima, coleta de água da chuva, tratamento de água cinza e preta, reutilização para irrigação, redução do consumo de energia através de luzes e sensores, manejo de resíduos para compostagem e reciclagem de vidro, alumínio e papel, utilizando apenas materiais locais com baixos níveis de CO2.