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Arquitetos: Casanova + Hernandez Architects
- Área: 30000 m²
- Ano: 2020
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Fotografias:Ergys Zhabjaku, Jesus Hernandez Mayor, Orestia Kapidani
Descrição enviada pela equipe de projeto. Shiroka é uma vila de pescadores localizada às margens do Lago Shkodra, perto da fronteira com Montenegro. Seus habitantes viveram do lago durante séculos, homens pescando em pequenos barcos a remo e mulheres cuidando dos pomares e tecendo tapetes à mão. A reação ao fim de um regime comunista que privou os cidadãos de viver das atividades “privadas” tradicionais foi a desconfiança generalizada na esfera pública, o que levou a um período caracterizado pela ocupação descontrolada e privatização do espaço público. Como resultado, o espaço público da orla do lago Shkodra foi ocupado por construções ilegais, como residências, restaurantes, estacionamentos privados e quiosques. “Tapete Albanês” devolve a zona portuária aos cidadãos demolindo as construções ilegais, abrindo as vistas sobre o lago e criando um espaço público vivo com um carácter doméstico.
O projeto “Tapete Albanês” não visa apenas restaurar física e funcionalmente a orla de Shiroka, mas também reconstruir o sentimento de pertencimento e apego ao espaço público, que é concebido como uma grande casa feita de diferentes cômodos abertos inspirados no quarto tradicional albanês ( ODA), caracterizado por um banco longo e baixo em forma de U onde os membros da família se sentam, deitam e até dormem.
Estas salas abrem as vistas para o lago e estimulam a interação do cidadão com diferentes usos, como playground, sala de piquenique, salão, anfiteatro e sala do pescador. O lado interno das salas em forma de U é introvertido e feito de madeira, enquanto o exterior é feito de pedra e forma degraus para assentos que transformam a praça central em um teatro improvisado. Pavimento, assentos e degraus são revestidos com granito preto e branco seguindo o padrão tradicional dos tapetes albaneses, que conferem uma identidade doméstica única ao espaço público.
As grandes árvores existentes são preservadas e integradas ao desenho da praça. Novas pequenas árvores são plantadas nas salas abertas para trazer sombras para as áreas de estar e de brincadeira. O centro da praça foi mantido livre de árvores e elementos urbanos para permitir eventos públicos. A orla de Shiroka é transformada em uma praça para pedestres, minimizando a circulação e a presença de carros. Todo o eixo central de toda a vila é transformado em área de pavimentação compartilhada. Um novo estacionamento para visitantes à entrada da aldeia incentiva a visita da aldeia a pé.