-
Arquitetos: Datum Architectural Studio, Stephen Foley Architects
- Área: 187 m²
- Ano: 2019
-
Fotografias:Jack Lehane
Descrição enviada pela equipe de projeto. Reanimando um campo urbano histórico distinto, o Museu da Manteiga expõe obras e uma coleção de artefatos, que promovem a conscientização dos papéis socioculturais da fabricação de manteiga na Irlanda. O projeto corroeu os limites existentes e alterou os limites espaciais - encorajando novas justaposições e leituras entre os objetos e os observadores.
O Museu da Manteiga faz parte de um arranjo urbano distinto em Shandon, Cork. O local fica próximo à Igreja de St. Anne (1722) e faz parte do lote original da Cork Butter Exchange - construído em 1770 e ampliado por Sir John Benson em 1849, com a construção de um pórtico de entrada monumental com colunas dóricas emparelhadas. No nível da rua, a construção foi emoldurada pela rotunda distinta do Firkin Crane, projetada por Benson, em 1855. Neste contexto, o projeto evoluiu como uma estratégia de [re] trabalho e curadoria - na tentativa de reavaliar a historicidade cultural e social, que se encontra no acervo do Museu. Isso foi possível ao conectar diferentes áreas de exposição através de uma série de novos 'interstícios' espaciais e com a instalação de elementos semelhantes a estantes, que abrigam os artefatos. Tal estratégia permitiu distintos 'deslizamentos' espaciais entre os ambientes - produzindo um espaço de performance contínua.
Os limites programáticos para o retrofit do Museu da Manteiga foram estabelecidos de forma que atuassem no sentido tradicional de exibição de artefatos. Ao trabalhar entre 'nivelamento' e 'profundidade', adotamos uma abordagem de projeto tática e dupla. Por um lado, a instalação de novos serviços críticos foi envolvida, com a inclusão de um espaço de recepção na entrada, uma sala de exibição digital, uma área para demonstrações ao vivo e uma cozinha de trabalho, onde os instrumentos de vidro para fazer manteiga poderiam ser limpos.
Isso envolveu na sutil erosão das paredes e limites existentes, bem como, na instalação de uma série de elementos similares a estantes - minunciosamente detalhados para evocar ambientes domésticos e agrícolas caiados de branco. Por outro lado, pretendia-se criar um espaço de performance - onde demonstrações tradicionais da fabricação de manteiga pudesse acontecer, com grupos de visitantes e crianças em idade escolar, além de abrigar eventos públicos como dança ou canto folclórico.
Paredes de aço macio, sem tratamento foram cortadas por perfis lineares, e uma nova superfície de piso de borracha reciclado contínuo conecta a série de novas estantes e aparadores, revestidos com películas de compensado caiado. Trechos de parede engrossados, bancos, mesas e telas promulgam uma troca coreografada com os elementos estruturais existentes e artefatos. Esses elementos figurativos têm um sentido acentuado de teatralidade e encenam um pas-de-deux entre o corpo e o espaço, que muda a relação do observador com os artefatos e objetos da coleção.
Devido à mobilidade do movimento, alguns elementos provocam diferentes arranjos espaciais e enfatizam as contingências do espaço. Manifestando uma espécie de provisionalidade contínua e uma gama de materiais comprimidos, a composição amplia continuamente o espaço, configurando diferentes qualidades ambientais e estados atmosféricos - relembrando a estética crua e as configurações materiais associadas à produção de manteiga. O espaço geral torna-se altamente sensorial; onde sequências performativas distintas produzem novas transações - entre sujeito / objeto, corpo / espaço / atmosfera, e entre espaço urbano e história.