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Arquitetos: deamicisarchitetti
- Área: 1600 m²
- Ano: 2019
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Fotografias:Alberto Strada
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Fabricantes: Il Fanale, Tegola Canadese, Vimar
Descrição enviada pela equipe de projeto. A intervenção em um edifício de frente para a rua levantou uma questão sobre as opções de agir através de sua substituição ou através da reconstrução e integração volumétrica. A escolha da última opção responde a duas instâncias complementares: por um lado, evita uma demolição e reconstrução completas e, por outro lado, articula o desejo de preservar a memória do edifício pré-existente como parte do contexto urbano. A escolha de combinar o antigo e o novo é parte de uma convicção mais geral pela qual se acredita que reescrever a história de um edifício modificando-o e transformando-o é muitas vezes mais interessante do que sua anulação e substituição, como se tornou evidente, mesmo em escala urbana.
O que é interessante nessa abordagem, mesmo no caso específico da Rua Canonica, é a tentativa de tornar tangível o sentido do tempo dentro do projeto. Onde a preservação de partes de edifícios pré-existentes não prejudica as exigências programáticas, a presença dos sinais do tempo é de fato reconhecida como uma qualidade intrínseca, pois a combinação mútua entre relações urbanas e semânticas novas e já estabelecidas, permite redefinir tanto o valor da memória quanto o da contemporaneidade.
O primeiro e segundo pavimentos foram, portanto, mantidos em suas formas originais, enquanto o térreo e, é claro, o pavimento superior de coroamento adicional foram completamente redesenhados. Do ponto de vista da composição, tentamos respeitar os alinhamentos da parte preservada, proporcionando, tanto para o subsolo quanto para o coroamento, aberturas em altura total não reconhecíveis como janelas reais, mas como cortes dentro da fachada existente.
Estes vazios são conectados com as linhas da fachada utilizando ângulos diferentes a fim de regularizar e reabsorver as diferenças originadas pelos eixos das janelas existentes. Em um gesto de alinhamento com a tradição milanesa, acabamentos extremamente diversificados foram aplicados nas superfícies das paredes: mármore preto trabalhado para o subsolo, gesso de cimento em pasta martelada para o corpo central, e finalmente mármore liso para o coroamento, que por sua vez apresenta um arremate em latão.
A intervenção prevê uma nova articulação da morfologia do lote com o objetivo de aumentar as dimensões dos espaços abertos e organizar as relações entre as partes individuais, além de propor sua redefinição tipológica. Uma operação que deve responder ao duplo objetivo de servir os três edifícios sem gerar um desbaste significativo pela presença de apenas uma escada e um elevador, e ao mesmo tempo enobrecer o edifício, de acordo com a mudança de valor ambiental que gradualmente assumiu o contexto, outrora periférico e popular, e hoje sujeito a um profundo reordenamento enquanto uma nova centralidade. A nova quadra, em virtude de seu uso exclusivamente pedestre, configura-se como um espaço doméstico compartilhado e disponível para os habitantes.
