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Arquitetos: Sinas Architects
- Área: 245 m²
- Ano: 2019
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Fotografias:Yiorgos Kordakis
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Fabricantes: Dedon, Fantini, Maruni, Myran, Normann Copenhagen, Patiris, Valdama
Descrição enviada pela equipe de projeto. O objetivo principal deste projeto era criar uma casa que se integrasse a seu entorno natural, uma paisagem de encostas íngremes de terra e cascalho coberto com arbustos espinhosos e grandes formações rochosas. Dentre os mais importantes elementos deste projeto estão os baixos muros de contenção feitos de pedra, localmente chamados de xerólitos, e criados há muito tempo para o cultivo de terras.
Quando pensamos nas ilhas Gregas e sua arquitetura vernacular, pensamos em volumes e caixotes brancos escalonados em uma paisagem íngreme. O primeiro passo deste projeto era desafiar esta imagem, criando as fachadas principais desta casa a partir dos xerolithies, seus tradicionais muros de pedra. Esses muros começam mais baixos e pouco a pouco se desenvolvem e criam altura suficiente para um pé direito. Seu trajeto se dá suavemente acompanhando e se separando das encostas, se tornando independente da topografia, de modo a formar espaços entre eles.
Para seguir com esse conceito, todas as funções da casa foram colocadas sequencialmente, fazendo o volume da casa ser longo e estreito. As paredes têm uma leveza que parecem ter sido afetadas pelos fortes ventos da região das Cíclades, como "fitas no ar". Além disso, para completar a aparência dos muros de pedra, o telhado da casa foi coberto com terra e vegetação, remetendo à paisagem natural do lugar. Essa escolha faz da casa quase que invisível quando vista de longe.
Outro ponto importante das casas rurais locais, que serviu como inspiração para este projeto nas Ilhas Gregas, eram as pérgolas de madeira, as quais consistiam em vigas e colunas grossas, brutas e lisas de madeira com uma cobertura de bambu, tudo em sua cor natural. Essa estrutura aparece tanto no exterior quanto no interior, na cobertura, remetendo a essa antiga técnica de fechamento de construções. Esta cobertura foi utilizada em toda a casa, tanto na parte interna, quanto na externa.
As vigas naturalmente não poderiam ser colocadas paralelas umas as outras, e portanto, seguiram a morfologia curvada do volume, como uma vértebra do corpo humano. Como resultado, o bambu foi tricotado em forma de espinha de peixe, criando um padrão único com belas texturas de tonalidade.
As portas e janelas são de madeira e simples, de cor azeitona clara e as paredes exteriores principais são de pedra e sem massa ou reboco. Ambas as decisões seguem o estilo e a técnica tradicionais do local.