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Arquitetos: Perkins&Will
- Área: 380 m²
- Ano: 2020
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Fotografias:Andrew Latreille
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Fabricantes: BC Passive House, Fabreeka, GenCell, LG, Optiwin, RAICO, ROCKWOOL, Sansin, StructureCraft, Structurlam, Tesvolt, Warmboard, Zehnder
Descrição enviada pela equipe de projeto. Implantada em uma clareira em meio a mata, com vista para o Vale Soo, ao norte de Whistler, nas montanhas costeiras de British Columbia, a Casa SoLo não é uma típica residência alpina. Partindo da intenção pioneira do Grupo Delta Land Development, que leva como conceito a ideia de zero emissões de carbono para os edifícios, os arquitetos da Perkins&Will projetaram um protótipo que demonstra uma abordagem única para um edifício fora do meio urbano, implantado em meio à natureza. Em um projeto como esses, as consequências de cada uma das escolhas projetuais são ainda mais consideráveis. A casa expressa uma paleta de materiais restrita, e também gera mais energia do que consome, eliminando assim a necessidade do uso de combustíveis fósseis de seu funcionamento.
Com escolhas desafiadoras em sua estética e também em sua construção, o protótipo atua como um campo de testes para sistemas de baixa energia, materiais sustentáveis, métodos de construção pré-fabricados e modulares e outras operações maiores, como a Torre da Terra do Canadá. A casa, certificada pela Passive House, usou em sua construção madeira como o material estrutural primário, o qual foi autenticamente evidenciado em toda a casa. O projeto se torna praticamente um "templo para o abeto de Douglas", espécie da madeira utilizada na construção e comum na região.
Casa passiva
Dado o clima extremo, foi crítico para o projeto ter uma abordagem de "acalouramento" para garantir tanto eficiência energética quanto um conforto fora do comum. Ao empregar soluções passivas para o projeto, os arquitetos optaram uma abordagem de dupla camada para a construção, uma externa e mais pesada de madeira, que funciona como um escudo resistente ao clima, enquanto a camada interna funciona como uma camada de isolamento térmico. Para garantir o funcionamento da casa com um alto desempenho e estanqueidade, os arquitetos se dedicaram à uma detalhada modelagem térmica de cada condição climática. Com a adição de vidros com pé-direito duplo, os quais abrem a casa para vistas do vale, a casa obteve a certificação de construção de baixo consumo de energia da PHI.
Operações Independentes para casas fora da rede urbana
Uma casa localizada fora do meio urbano requer uma série de sistemas para funcionar auto suficientemente. Com o objetivo de eliminar combustíveis fósseis e de combustão de suas operações, os arquitetos incorporaram uma matriz fotovoltaica e um sistema de geo-troca que funciona a base de hidrogênio como uma solução de armazenamento de energia. Apesar de reduzir a eficiência, a topografia, junto da acumulação de neve durante o inverno, conduziu os arquitetos a implantarem a matriz de 32kW verticalmente na fachada sul. Complementando a geração de energia pelo sol, os arquitetos também previram a possibilidade futura de geração de energia eólica. A casa coleta e trata a água, transformando-a em água potável, ao mesmo tempo que também trata o esgoto. O resultado é uma casa autossuficiente que gera mais energia do que usa.
Construção pré-fabricada e modular
Um dos desafios deste projeto era sua localização remota, que dificulta, entre outras coisas, o acesso a materiais de construção e a mão de obra. Além disso, sua localidade também permitia apenas um curto período onde era viável construir por conta do clima. A resposta a esses desafios foi chamar construtores locais para pré-fabricar elementos modulares fora do terreno. Essa foi uma estratégia fundamental para permitir um ritmo de construção possível e rápido durante o verão, enquanto diminui a quantidade de equipamentos e materiais necessários para serem entregues no local, reduzindo também a pegada de carbono incorporada do projeto. Buscando reduzir as interferências no terreno, o projeto desta casa modular e pré-fabricada foi construída com uma estrutura leve sobre um terreno irregular, reforçando sua relação com terreno como um "visitante", permitindo que a natureza permanecesse o foco do local.
Desempenho que leva à estética
Impulsionados pela situação remota do terreno, os arquitetos projetaram a Casa SoLo para expressar para expressar uma estética conduzida por desempenho distinto que é deliberadamente autêntica e não sentimental. Focando nas características essenciais do edifício, a casa incorpora uma estética simples a partir de uma paleta de materiais restrita e formas arquitetônicas desenhadas. Inesperado e único, os interiores da casa apresentam um total de seis materiais. A madeira tipo abeto de Douglas é destacada na casa, aparecendo tanto na estrutura, quanto nos acabamentos. Com um comprometimento em promover saúde e bem estar, a escolha de materiais seguiu uma lista chamada Lista de Precaução dos arquitetos, completando, assim, a abordagem holística da sustentabilidade e eliminando produtos químicos prejudiciais.