Descrição enviada pela equipe de projeto. Durante a última década, o bairro de Sangdo, Seul, passou por um rápido reordenamento, com aproximadamente dez mil novas unidades habitacionais sendo construídas. A oferta de moradias disparou, mas partes do bairro que não estavam sujeitas às novas intervenções rapidamente ficaram desocupadas. Consequentemente, as ruas com edifícios vazios se deterioraram, e a população despencou. Pequenos edifícios e lotes nessas ruas não eram rentáveis.
A fim de superar esta situação e valorizar um antigo edifício residencial da região, o projeto de transformá-lo em uma empresa autônoma de um autor de quadrinhos para que ele pudesse escrever, exibir e promover seu trabalho em um único edifício. Este projeto de renovação alterou o uso do edifício de residencial para comercial, o que implicou em várias intervenções arquitetônicas, tais como relocalização de entradas e escadas, modificação de materiais internos e externos e ajuste de escalas dos ambientes. O 'Face-Lift Sangdo' refere-se às mudanças gerais de projeto feitas no edifício existente, para reavaliar o potencial de um edifício comercial nesta área residencial específica.
Do primeiro ao quarto pavimento, há uma livraria, um espaço de exposição, um estúdio e uma cozinha comunitária, respectivamente. Diferentes fases do trabalho editorial, incluindo planejamento, exibição, publicação e promoção, estão verticalmente articuladas no edifício. O pequeno jardim no primeiro andar e o espaço da cobertura no quarto andar permitem que as atividades dentro do edifício se expandam quando necessário. Embora a área de cada pavimento fosse pequena, cerca de trinta e três metros quadrados, a remoção das divisórias e paredes existentes permitiu uma organização de áreas suficiente para cada programa.
As colunas e vigas de aço costumam ser usadas para atender às normas de projeto sísmico na Coréia, mas poderiam reduzir significativamente os pés direitos e, com isso, a área útil do piso. Em vez disso, foram utilizadas paredes de concreto armado para satisfazer as exigências estruturais e para maximizar o espaço interno. A escadaria foi trazida para dentro de forma a conectar os programas verticalmente e mediar os espaços em diferentes níveis, continuando os mesmos materiais do piso ao longo de todo o seu trajeto. A nova fachada do edifício que emergiu a partir da transformação interna torna-se uma vitrine que expõe o movimento dos usuários em diferentes programas e níveis.
O edifício existente não tinha uma face "frontal", isto é, não tinha uma fachada adequada. Como é frequentemente o caso das residências multi-familiares, a entrada principal do edifício era uma porta fina de vidro no patamar da escada externa. Por estar tão perto da rua, o conflito na circulação entre a entrada e o movimento na via era inevitável. Por isso, a entrada foi deslocada para o norte, e a escada foi internalizada para aliviar esta colisão desagradável. Assim, o pequeno jardim a sudeste foi separado da antiga entrada, tornando-se uma área externa acessível no primeiro andar. A nova entrada estreita e de pé direito duplo na fachada frontal dita a impressão geral do edifício.
Junto com a geometria repetitiva das aberturas das escadas, essa conformação estipula um senso de ordem na composição geral da fachada. Os tijolos vermelhos decorativos dos anos 80 e 90 são agora cobertos por dois materiais contrastantes: revestimento de alumínio e ladrilhos de pedra. O revestimento liso de alumínio no fundo parece segurar as pedras ásperas e pesadas acima dele, criando um diálogo interessante entre os dois materiais.