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Arquitetos: TAM - Guillermo Elgart
- Área: 172 m²
- Ano: 2019
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Fotografias:Obralinda
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Fabricantes: Casa Blanco, Cerrosud, Pasalto, Pintureria "Del centro"
Descrição enviada pela equipe de projeto. O terreno está localizado em um bairro privado, Las Prunas, um pulmão verde no sul do Mar del Plata, Argentina. Trata-se de lote muito arborizado com norte para a frente e uma ligeira inclinação em direção ao centro da quadra.
O material mais rico é a floresta de eucalipto. O objetivo é deixá-la intacta, adaptar-se a ela e desfrutá-la. Um dos principais trabalhos foi o levantamento 3D de todas as árvores a fim de encontrar as lacunas que poderíamos ocupar.
Levamos o espaço construído até o perímetro máximo permitido. O resultado é uma concha que recebe todo o programa, criando um grande espaço onde dentro e fora, viver e caminhar, coexistem. Uma concha, um caracol de concreto, que leva ao nível 0 e leva ao nível que chamamos de "nível copa da árvore".
Um segundo elemento é adicionado a esta casca, uma superfície sobre a qual ela repousa. Um plano, ora escalonado, ora em rampa, que deforma e confunde livremente o nível do piso, transformando tudo em uma extensa promenade. Com todas as características de um espaço à Claude Parente, onde viver e andar se tornam uma mesma situação.
Finalmente, ao longo do percurso pousam volumes e são feitas aberturas (pátios atravessados por árvores) que confinam o grande espaço e assim definem e privatizam os diferentes setores habitáveis. Todos estes espaços se expandem em coincidência com os diferentes níveis da rota do caracol externo. E isso o leva ao terraço do jardim como ponto culminante do passeio e do domínio da natureza.
Estratégias para multiplicar o material existente e torná-lo seu próprio material.
INVESTIGAR
A intenção de se vincular à natureza é a premissa dessa obra. Criar um espaço próprio, protegido, privado, que se protege da continuidade de vistas dos bairros privados. Um espaço central, quase interno.
Trabalhar um elemento que contém o espaço dentro e abaixo de si, para nos movermos livremente. Estar e circular. Dentro e fora. A linha que define interno e externo se move também livremente.
Percursos e relações espaciais. Fugas constantes em todas as direções à medida que se passeia abaixo ou dentro de uma grande massa.
Investigar a multiplicidade de situações espaciais foi a premissa deste trabalho. A casa se desenvolve sem níveis definidos, você está no espaço. Você nunca poderá dizer que estou no andar térreo ou no primeiro andar, e assim por diante.
A primeira seção segue o terreno natural e chega ao ponto de entrada ou decisão. Tomo a rota interna ou continuo em círculo para alcançar o centro da casa. Entendendo que o centro é um espaço indefinido entre o interior e o exterior.
A casa é um passeio, é poder estar em qualquer nível, é dentro e fora, é para cima e para baixo, é como subir através dos galhos das árvores.
A relação mais perseguida no projeto é a espacial. A concha onipresente liga todos os espaços e os organiza. Todos eles estão debaixo dela, todos eles. Os de estar e os de circular. Os degraus e as rampas caminham dentro dela. A casa são essas dobras e rampas, e elas nos deixam nos diferentes lugares que se olham e sentem a tensão da superfície externa e as linhas de comunicação. O olhar vagueia por diferentes níveis, sempre olhando para o coração verde. Todas estas fugas visuais dão sentido à tipologia adotada.