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Arquitetos: Garmendia Cordero Arquitectos, TCGA Arquitectos
- Área: 25000 m²
- Ano: 2020
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Fotografias:Pedro Pegenaute
Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto aborda duas questões complicadas, por um lado era preciso resolver um programa complexo, derivado de sua diversidade funcional, por outro, responder a um contexto urbanístico incerto e difícil. A implantação do novo edifício é resultado deste contexto, respondendo às necessidades da cidade existente e atendendo ao seu futuro desenvolvimento. Desta forma, o Instituto Politécnico Salesianos de Pamplona busca minimizar seu impacto frente à cidade construída, desintegrando-se à medida que avança em direção a ela para perder sua escala real e assim gerar um encontro amigável em seu limite sul com a cidade de Sarriguren. Um volume se eleva na face norte do terreno, ocupando o eixo leste-oeste e interrompendo o usual vento frio que vem das montanhas, ao mesmo tempo que dá as costas a vários edifícios de infraestrutura e ao tráfego intenso do anel viário de Pamplona.
Deste volume nascem os outros edifícios do projeto, quatro blocos que se desenvolvem de norte a sul e que variam sua dimensão e implantação, de acordo com seu programa, alcançando assim o encontro com a cidade de uma forma tranquila e serena. A ligação entre os diferentes volumes se dá através de um espaço vazio que se torna o eixo formal e funcional do projeto. Um espaço liga cada edifício e protege os caminhos entre eles, chegando a um grande anfiteatro que, além de se relacionar com os desníveis existentes no terreno, gera um espaço público coletivo, um grande ponto de encontro pensado para receber todo o tipo de fluxos e atividades e que funciona também como elo entre as áreas educativa e desportiva do projeto.
Em relação ao seu funcionamento, o conjunto de edifícios se divide em relação à sua natureza, os edifícios educativos e os administrativos para leste e as infraestruturas desportivas para oeste, facilitando assim a possibilidade de um funcionamento independente de ambos os setores. Dentro da zona educativa, há uma separação secundária entre a parte mais coletiva, e aquela dedicada mais aos docentes. Essa área mais coletiva, fecha o conjunto do Instituto a leste, e passa a ser a fachada de acesso. A igreja preside o volume na esquina sudeste do terreno, acolhendo os que chegam ao Instituto, enquanto o restante do edifício, que tem uma proporção horizontal e com baixo gabarito, e é destinado a usos administrativos e residenciais, acompanha o aluno até a entrada que dá acesso ao grande vazio, eixo que distribuí os fluxos dos demais edifícios.
O volume norte, o mais alto, abriga todas as salas de aula do ginásio e ensino médio nos pavimentos superiores, deixando no térreo o programa alternativo que conta com sala de reuniões, refeitório e biblioteca, enquanto nos outros três edifícios restantes se alojam as oficinas de formação profissional. Entre estes volumes a vegetação avança desde a parte sul do terreno, atingindo o vazio interno e criando assim um ambiente natural e descontraído, visível de qualquer ponto do complexo. Um projeto que se compõe pelos vazios que rompem com o volume geral, o recortam e o esculpem, organizando os fluxos, salvando a topografia do terreno e permitindo a implementação do conjunto em diálogo com o seu contexto urbano. Um processo de composição que supera as diferenças de escala para integrar o novo edifício ao seu entorno e gerar uma infinidade de diversos espaços internos que enriquecem o seu uso.