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Arquitetos: Jaime Juárez R. Arquitecto
- Área: 241 m²
- Ano: 2020
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Fotografias:César Belio
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Fabricantes: AutoDesk, Cemex, Helvex, Interceramic, Trimble Navigation
Descrição enviada pela equipe de projeto. A Casa Shoemaker é uma casa de fim de semana implantada num terreno com um desnível significativo; fator que serviu para abordar o projeto a partir de uma visão acessível de custos e funcionalidade. A premissa foi aproveitar as características do local, resolvendo o projeto por meio de duas estruturas volumétricas.
O primeiro volume é uma base de concreto que emerge do solo e suporta a estrutura, mantido exposto pela necessidade de utilização de materiais de baixo custo e mínima manutenção, conferindo um caráter sólido e imponente à casa. O segundo bloco é entendido como uma estrutura estilizada e leve, que se insere sutilmente na paisagem.
A materialidade do projeto é definida pela combinação de texturas e acabamentos em concreto, refletindo uma imagem sóbria e elegante. Essa honestidade em seus materiais deixa o contexto natural em primeiro plano; criando um jogo de nuances entre o céu, a casa e a vegetação.
O acesso faz-se pelo piso superior, recebendo o habitante com uma vista enquadrada em direção ao sul, que foi aquela que se privilegiou em toda a casa. No interior, dá-se continuidade à aparência em materiais e tons neutros; deixando como protagonistas as vistas naturais para o exterior. Um dos objetivos era representar o legado artístico da família Shoemaker que habita a casa, integrando elementos originais e móveis desenhados por Don Shoemaker (fundador da fábrica ©Señal).
O uso variado de texturas de concreto gera um contraste e harmonia natural entre os dois níveis, enquanto as diferenças são estabelecidas em função do programa e das funções de cada pavimento, já que o primeiro abriga a área social e íntima, enquanto o segundo é destinado à área de hóspedes e área de lazer. A estrutura superior é um retângulo que protege o quarto principal e a zona de estar, que é composta pela sala de estar, sala de jantar e cozinha; tornando esta uma área prática e fácil de habitar.
Descendo ao nível do porão, descobre-se um claustro de concreto, que abriga uma árvore que cresce a partir do terreno, que gera reflexos e sombras sutis que fazem desse espaço o núcleo e protagonista da casa. No piso inferior existe uma zona mista onde existem 2 vias de acesso, uma delas é através de uma escada em caracol que dá acesso aos quartos secundários; e do outro lado está a escada de concreto que comunica com o pátio central; este elemento com degraus em balanço é um dos acabamentos visuais mais interessantes da casa.
Nos arredores, existe um corpo d'água e alguns trilhos de trem, gerando enquadramentos naturais com o passar do tempo. Isso é conseguido graças às janelas do chão ao teto que se destacam por toda a horizontalidade do volume, protegidas por treliças que reduzem a insidência solar e configuram um caminho de sombras no interior.