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Arquitetos: Estudio ODS
- Área: 150 m²
- Ano: 2020
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Fotografias:Estudio Peso Arquitectura
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Fabricantes: Ghome - Contemporay Portuguese Design, O/M Light - Osvaldo Matos
Descrição enviada pela equipe de projeto. A intervenção consiste na reabilitação de uma casa existente construída no final do sec. XIX. A casa está localizada num bairro piscatório no limite poente do centro histórico de Olhão, o lote tem 90m2.
A casa ainda mantém muitos elementos originais da arquitetura vernacular de Olhão, fortemente relacionados com uma prática ancestral da pesca. Mesmo após as várias alterações feitas ao longo do tempo, foi possível redescobrir e reabilitar elementos originais como as escadas do pátio; o mirante na cobertura, as abóbadas, e as cantarias em pedra calcária.
Apenas depois de demolir as construções ilegais e retirar todos os revestimentos em azulejo industrial, foi possível entender toda a beleza natural e qualidade espacial da casa.
Constatamos que a entrada de luz e ventilação naturais tinham sido bloqueados pelos consecutivos acréscimos construídos ao longo do tempo. As paredes resistentes em alvenaria de pedra “caliça” estavam em ótimas condições permitindo que fossem mantidas na totalidade.
A estratégia para a intervenção passou por criar um diálogo entre o edifício original e os novos elementos a acrescentar com uma abordagem contemporânea. Abrirmos um pátio num dos compartimentos interiores da casa permitido a entrada de luz e ventilação natural no centro da casa. Este novo elemento altera as relações da casa com o espaço exterior e com o espaço publico, invertendo-as para o interior do pátio no centro da casa.
O novo programa para uma família de cinco pessoas foi organizado à volta do pátio em três níveis: No piso térreo como extensão da sala de estar, cozinha e sala de jantar. A alcova, apenas acessível desde o pátio, foi criada como espaço extra e informal para dormir, ler, sentar ou meditar;
No primeiro piso, dois quartos têm relações opostas com o espaço publico, um a norte para a rua principal e o outro a sul para o beco; ao centro ambos se relacionam como o pátio através de aberturas com formas, tamanhos e materiais distintos.
Os pavimentos com um peça de 75x300mm em tijoleira santa catarina, uma terracota local, o mármore branco em elementos específicos, as caixilharias de madeira pintada de branco e as portas de entrada em madeira pintada com óleo natural de azul-escuro, procuram interpretar o equilíbrio entre a autenticidade e a simplicidade que encontramos na arquitetura vernacular do Algarve.