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Arquitetos: IDEIA1
- Área: 18417 m²
- Ano: 2020
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Fotografias:Roberta Gewehr
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Fabricantes: Alcont, Alusistem, Cecrisa, GRAPHISOFT, Magecolor, Perfilor, Portobello, Sherwin-Williams
Descrição enviada pela equipe de projeto. Como parte de um masterplan para um novo bairro em execução na cidade de Pelotas, o briefing do cliente foi criar um complexo de uso misto com micro unidades residenciais (Flow Live), uma torre comercial (Flow Work) e um centro de inovação (Distrito Makers) que pudesse ser alugado por empresas locais e start-ups. A partir do briefing, a composição surgiu como três edificações diferentes, que podem ser vistas como independentes, mas que atuam como um complexo urbano.
O Flow Live é primeiro dos três a ser concluído e é um edifício de pequenos estúdios em um lote de frente para o parque. A primeira questão levantada diz respeito à ambiência dos apartamento de metragem reduzida versus uma grande área de parque em frente ao terreno. A menor divisa faz frente à rua, dirigindo o visual da maioria das unidades para o interior da quadra.
Tentando diminuir este impacto é proposto um corte no volume a partir do 3º pavimento onde o edifício vai crescendo para trás do lote e no nível da rua sua grande massa não é percebida pelo pedestre. Esta tomada de decisão gerou uma volumetria única ao edifício e que faz sentido em seu contexto. Com este gesto foram criados mais apartamentos de cobertura, todos com terraços voltados para o parque, quase como se a natureza invadisse o espaço interno do edifício.
Os apartamentos gerados a partir da inclinação da cobertura criaram uma ambiência interna única. Num edifício onde a maior parte dos produtos são apartamentos compactos, a tridimensionalidade do pé-direito duplo amplia o ambiente e traz a sensação de se estar em uma casa.
Fruto de uma arquitetura total, onde pudemos trabalhar conceituação, arquitetura, interiores e paisagismo o projeto demonstra uma grande coerência conceitual e arquitetônica. No acesso, um grande jardim aberto compartilha espaço com o pilotis de entrada, fazendo com que o parque chegue até a soleira do edifício. A escolha das mesmas espécies utilizadas no parque garante a harmonia e integração entre as áreas verdes.
No quarto pavimento, o terraço condominial possui pérgola em concreto aparente com espécies trepadeiras, o crescimento da vegetação juntamente com o desgaste do concreto criarão um agradável terraço sombreado. Além da pérgola, pés de tangerina se alinham ao fundo do terraço criando uma atmosfera digna de pátio de casa.
O pilotis com colunas em V, clara referência ao modernismo brasileiro, contrastam com o painel ripado ao fundo, projetado com softwares paramétricos e cortado a laser. Para as áreas condominiais, prevalecem os tons de preto e branco contrastando com tons de madeira e concreto. No hall de acesso uma luminária lúdica explora a tridimensionalidade do pé direito duplo e acompanha uma pintura feita exclusivamente para o empreendimento.
Nos pavimentos tipo, um pequeno lounge com pé direito duplo serve de estar informal em frente aos elevadores além de trazer iluminação natural para a circulação. Ao lado das portas dos apartamentos, nichos para bicicletas otimizam o espaço e criam dinamismo para a circulação.