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Arquitetos: LAAR
- Área: 225 m²
- Ano: 2019
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Fotografias:Tamara Uribe, Carlos Quintal, Diego Lizama
Descrição enviada pela equipe de projeto. A Casa da Árvore é a manifestação dos sonhos de uma menina que cresceu nos galhos de uma velha casa de alvenaria. Muitos anos depois, o contexto mudou, mas as árvores e pedras daquela época ainda hoje são plantadas como testemunhas da história, agora protagonista e companheiras desse sonho.
Localizada no centro do município de Yaxkukul, Yucatán, a Casa da Árvore é uma casa de repouso projetada na propriedade que ocupava a antiga casa da família, hoje em ruínas, do seu proprietário. O projeto é concebido como uma fazenda, uma tradicional casa de cidade yucateca, que concebe um espaço aberto como o universo de vida de seus ocupantes, denominado pátio. É constituído por um grande espaço livre onde os restos da velha casa, as sombras dos antigos galhos das árvores e os desejos de uma velha organizam um programa arquitetônico dinâmico, baseado em duas novas sombras: a de uma laje de concreto flutuante e um telhado de palha.
Ao nível do solo, se encontra uma planta livre, onde a natureza ordena e transforma constantemente o programa arquitetônico em torno de um terraço que constitui o acesso principal. Este terraço azul que remete para o piso original da casa antiga, é delimitado pelos vestígios das paredes, de onde nasce uma escada reta, cujo destino é um terraço cuja cobertura é o cruzamento das copas de cinco árvores.
A área privada, que dá nome ao projeto, está suspensa serenamente como um volume sólido e transparente entre os galhos das cinco velhas árvores, que flutuam sobre as ruínas das antigas paredes de alvenaria que delimitavam a antiga casa da família e, em conjunto., criam um cenário heterocrônico como em um sonho, onde os universos e o tempo são paralelos e coexistem.
Na parte superior, revela-se um espaço translúcido que conduz o habitante ao ritmo do tramado de madeira e à simplicidade estrutural, criando controles para a permeabilidade dos espaços públicos aos espaços privados, vislumbrando o contexto externo e transformando a casa em um observatório. O coração do espaço é uma árvore, cuja presença transforma a perspectiva, pois revela a sua intimidade ao tornar seus galhos acessíveis, criando uma relação simbiótica com o ser humano, pois ambos são protagonistas que habitam o espaço.
Os elementos naturais são potencializados ao proporcionar abrigo térmico: os telhados verdes das copas de árvores e a pele de madeira envolvente atuam conjuntamente como um filtro, pois permitem que os raios solares incidam de forma permeável e permitem uma ventilação natural constante que passa por todos os ambientes. Um conjunto de luzes no interior da casa muda de acordo com as horas do dia, favorecendo a fruição do ambiente natural como fator essencial na experiência lúdica.