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Arquitetos: Canoa Arquitetura
- Área: 110 m²
- Ano: 2019
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Fotografias:Ana Mello
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Fabricantes: Herman Miller, Ateliê Laranjeiras, Brastemp, Deca, Electrolux, Fernando Jaeger, Fórmica, Granidomus, Knauf, LUMITEK, Legrang, Miaki Revestimentos, REKA, Resinaria, Selvvva
Descrição enviada pela equipe de projeto. O edifício Capitania, localizado na avenida Brigadeiro Faria Lima em São Paulo, é um projeto de 1973 de Pedro Paulo de Melo Saraiva e representa parte marcante da produção do arquiteto.
O projeto é definido por sua solução estrutural – característica principal na obra de Saraiva – dispondo os pilares ao longo da fachada nos pavimentos tipo, o que, a um só tempo, libera as plantas dos conjuntos comerciais e busca amenizar os efeitos da incidência solar nas fachadas, compostas por amplas esquadrias de alumínio.
Nosso projeto para um escritório de advogados em um dos conjuntos do Capitania procurou explorar suas qualidades originais através da demolição completa de divisórias e forros de gesso, revelando a estrutura de concreto aparente e evidenciando ainda mais o partido estrutural do edifício.
Tomamos como premissa a percepção integral do conjunto e a distribuição do programa de necessidades guiou-se pela elegante grelha de vigas, de modulação rígida e cuidadosamente articulada com os pilares da fachada.
Uma única divisória de vidro acústico, piso-teto, alinhada ao núcleo central de circulação do edifício, conformou a sala de reuniões; um volume de vidro, solto do teto e modulado pela estrutura foi posicionado como uma continuidade do bloco de banheiros existente e permitiu conformar dois espaços: o espaço de trabalho com mesas coletivas para até 12 pessoas – uma solicitação específica da cliente – e um estar-recepção. Dentro do volume de vidro translúcido foram alocadas uma pequena copa e uma sala para ligações telefônicas.
Se, por um lado, o projeto se orienta pela rigorosa modulação do edifício, a escolha pelo piso monolítico, sem juntas, contribui para a leitura integral de um único espaço.
Entre as vigas de concreto aparente foram instalados panos de forro de gesso acústico. O sistema de ar condicionado pré-existente foi adaptado, adotando dutos aparentes de chapa galvanizada de seção elíptica para a distribuição do ar.
As divisórias de vidro têm perfis chatos de aço, escolhidos pela marcante esbeltez. O seccionamento das divisórias foi pensado em função das dificuldades de transporte dos vidros, limitado pelo acesso de escadas e elevadores do edifício.
Toda a marcenaria em compensado naval e fórmica branca foi desenhada sob medida: armários, gabinetes, aparadores e prateleiras para livros assim como as mesas de trabalho, nas quais a preocupação com detalhes de ergonomia – como a facilidade de acesso a tomadas e pontos de rede e iluminação específica de trabalho – foi preponderante.
Nos sanitários e copa houve uso de placas pré-moldadas de granilite ora como revestimento de parede, ora como divisória e ora como bancada.
O projeto luminotécnico tira partido de linhas de luz muito concisas, que iluminam diretamente os planos de trabalho ou indiretamente o teto ou paredes, de acordo com a necessidade de cada ambiente.
Como resultado observamos uma intervenção muito sensível às especificidades do edifício, um espaço de trabalho muito agradável, visualmente integrado e que desfruta abundantemente a paisagem edificada da cidade.