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Arquitetos: CAVAA Arquitectes
- Área: 130 m²
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Fabricantes: Adobe, AutoDesk, Mosaics Planas, Roca
Descrição enviada pela equipe de projeto. O edifício “La Galera” foi construído em 1856, e ocupa um quarteirão inteiro da expansão Gumà de Vilanova i la Geltrú, a primeira grande expansão urbana em torno da cidade velha, nos dois centros originais da cidade.
Próximo à Praça de la Vila e da Rambla Principal, este edifício único foi projetado por Joan Samà, um índio enriquecido de Havana, que soube acumular um importante patrimônio imobiliário em Vilanova. Este conjunto de casas conhecido por ser a sede, durante décadas, de um quartel da Guarda Civil, hospedou também outras sedes sociais e entidades culturais relevantes.
No que diz respeito à sua definição arquitetônica, a característica mais singular deste edifício são as paredes internas de sustentação, executadas como uma sequência de arcos em cada um dos três pavimentos. La Galera descreve assim, uma infra-estrutura estrutural absolutamente atípica para um edifício multifamiliar construído nos meados do século XIX, onde além de uma fachada perimetral de suporte, foram erguidas duas paredes longitudinais nos três pavimentos, formando um grande sistema de arcos.
A nossa proposta baseou-se em tornar visíveis estas paredes compostas por arcos, tornando-as protagonistas da casa, e valorizando-as como uma sequência estrutural. A casa, com uma área aproximada de 125 m², apresentava uma distribuição com múltiplas divisórias ortogonais, que escondiam qualquer indício que denotasse a presença dos arcos de suporte.
A mudança radical na planta foi o objetivo da nova distribuição. O projeto posiciona a cozinha na entrada da casa, e esvazia as soleiras dos arcos para compor um novo espaço de convivência e cozinha integrada, alterando a morfologia dos espaços existentes.
Por outro lado, a proposta propõe a alocação de peças de mobiliário em diferentes partes da casa. Móveis pretos que repetem a mesma linguagem formal e material, de forma a gerar um contraste marcante com o volume existente, denotando seu caráter efêmero diante do sistema estrutural.
Por fim, o projeto introduziu uma geometria aleatória, uma moldura no forro, que une as diferentes intervenções. A moldura tenta quebrar a rigidez original da grelha de divisórias ortogonais e da sequência de arcos, sendo um volume mais arbitrário e perturbador, na estrutura canônica.