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Arquitetos: William Rawn Associates
- Área: 10400 m²
- Ano: 2018
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Fotografias:Robert Benson
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Fabricantes: Quarra Stone, TopAkustik, US Gypsum, Viracon
Descrição enviada pela equipe de projeto. O Cemitério Mount Auburn, consagrado em 1831 e declarado Marco Histórico Nacional em 2003, é considerado uma das mais importantes paisagens projetadas do país. Os ideais de projeto que ele incorpora serviram de modelo para o movimento dos cemitérios-jardim e para a criação de parques urbanos em toda a América na segunda metade do século XIX. Os ambiciosos fundadores do Cemitério Mount Auburn democratizaram a paisagem, criando um ambiente de beleza natural sem restrições religiosas ou raciais, em que os enlutados pudessem encontrar consolo e o público pudesse visitar para encontrar inspiração. Este espírito de inovação tem guiado o cemitério por quase dois séculos, colocando o Mount Auburn na vanguarda da evolução dos costumes destinados a comemorar e homenagear os mortos.
Há quase 200 anos o cemitério se concentra no poder de cura e inspiração da paisagem natural e na implementação de serviços funerários progressistas, o que fica evidente na recente revitalização da emblemática Capela Bigelow, inspirada na arquitetura gótica. Esta reestruturação teve como foco a construção de um novo crematório para acomodar famílias e grupos religiosos, especialmente hindus e budistas, para os quais a cremação é um ritual essencial no processo de luto. Ao perceber que em toda a grande área metropolitana de Boston não existia um espaço digno para se testemunhar uma cerimônia de cremação, o Mount Auburn se comprometeu a construir um espaço adequado. Ao embarcar neste projeto, o cemitério também assumiu o compromisso de revitalizar a histórica Capela Bigelow, tornando-a acessível pela primeira vez e modernizando os sistemas de climatização e proteção contra incêndios de forma quase invisível.
A ampliação no lado leste da Capela Bigelow conta com grandes panos de vidro para maximizar a transparência e preservar a identidade arquitetônica da capela. A nova construção é deliberadamente mais baixa e horizontal contrastando com a verticalidade dos pináculos ornamentados da capela. A cobertura do anexo é mantida abaixo da cornija na fachada lateral, e um balanço na extremidade norte do edifício ajuda a reforçar esta sensação de horizontalidade à medida que o edifício se estende sobre a paisagem.
O novo espaço é organizado como uma procissão, com amplas vistas para o cemitério à medida que se entra e avança até uma sala de confraternização. Conforme se vai caminhando para a sala onde se realizam as cerimônias de cremação, o espaço vai se tornando mais contemplativo. As vistas são direcionadas para um pequeno jardim interno entre o anexo e a capela e também para o céu. Após a cerimônia, as grandes portas da sala de confraternização são abertas e, em uma afirmação da vida, os participantes retornam mais uma vez para as vistas panorâmicas da paisagem.
O novo edifício toca levemente a igreja histórica: o jardim da sala de cerimônia garante um recuo em relação ao vitral da capela e uma clarabóia ao longo de todo o comprimento do edifício permite que os pináculos da capela sejam vistos a partir do interior. A clarabóia também ajuda a preservar a iluminação na parede de pedra da capela, que pode ser vista mesmo à distância, através dos vidros do anexo.