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Arquitetos: Alvorada Arquitetos
- Área: 150 m²
- Ano: 2021
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Fotografias:Pedro Kok
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Fabricantes: 3M, AutoDesk, Bloco Campos, Concreserv Usina, Constrauss, Deca, Fórmica, Ipel Iluminação, Portal Prime, Santa Clara, Shimpo, Skutt, Skymar, Suvinil, Tigre, Tomodatys, Uemura Plantas, Vedra Mármores
Descrição enviada pela equipe de projeto. Pina Cerâmica. Localizado no bairro de Pinheiros, este projeto teve como desafio acomodar em um lote de dimensões reduzidas, de apenas 4x30m, o programa completo de um atelier de cerâmica, desde a produção das peças até a parte de vendas. No terreno escolhido pela ceramista funcionava um comércio de bebidas em estado de conservação estrutural bastante comprometido e com ambientes muito segmentados.
Pensando na possiblidade de um espaço mais adequado ao programa de necessidades do atelier, e pela segurança do futuro imóvel, optou-se pela demolição total do existente e a construção de nova edificação. Como premissa estrutural adotou-se as paredes das divisas laterais em alvenaria estrutural e vigas metálicas do tipo W nas transversais.
O sistema de laje pré-moldada com EPS trouxe facilidade para o canteiro de obras, que se viu enxuto durante toda a execução. A ideia do projeto foi criar uma atmosfera neutra, branca, para que as cores e expressão do trabalho da artista pudessem se destacar em meio à arquitetura. Logo na entrada do atelier, a parte de vendas possui um pé-direito duplo rodeado de vidros com uma película opaca, proporcionando uma luz difusa e agradável para quem desfruta do mostruário das peças, expostas ora em prateleiras metálicas esbeltas engastadas na parede, ora em uma marcenaria iluminada.
Um jogo de pequenas aberturas na fachada serve de vitrine e gera curiosidade para quem passa em frente ao local. À noite, o conjunto destas aberturas combinadas com a fachada translúcida proporciona um efeito de luz delicado. Ainda no térreo, compõe o ambiente de entrada dois bancos-baús em marcenaria, uma mesa de reunião e um depósito geral sob o espaço da escada. Adiante, fica o espaço de aulas e de modelagem das peças, onde foram dispostos os tornos, sob uma cobertura zenital. Do lado oposto aos tornos, foi criado um pátio descoberto. Mais ao fundo, e com visual direta para quem entra no atelier, fica a área de copa, sanitário acessível e jardim descoberto.
No primeiro andar, as peças são queimadas em fornos elétricos e, na sequência, vão para a sala de esmaltação, de onde é possível enxergar quem está na parte de vendas do térreo através do pé-direito duplo. Carrinhos metálicos feitos em serralheria, com rodízios, funcionam como abrigo e ajudam no deslocamento das peças, estando presentes em ambos os andares. Acima, o segundo andar tem previsão para mais tornos e também comporta espaço de lazer, com terraços que tanto olham a rua como o interior da quadra.
O formato escalonado do projeto foi pensado para favorecer a entrada de luz natural e de ventilação, minimizando a necessidade de iluminação artificial durante o dia. Com um programa diferente de uma simples loja, Pinheiros ganha um novo e acolhedor espaço voltado para a arte e para a beleza dos objetos do uso cotidiano.