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Arquitetos: Estudio Damero
- Área: 322 m²
- Ano: 2019
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Fotografias:Javier Agustín Rojas
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Fabricantes: Adobe Systems Incorporated, AutoDesk, Glitter, Griscan, Itati Marmolería, Ladrillos La Marisa, Trimble Navigation
Descrição enviada pela equipe de projeto. A ideia de agrupar as casas sob a premissa de “clube de campo” levou-nos a refletir sobre o tipo de arquitetura que proporíamos. Às premissas básicas do projeto foram adicionados os elementos imaginários e compositivos de uma pequena casa de fazenda local. O desafio do estudo seria usar esses elementos com uma linguagem atual, sem deixar de remeter à ideia de refúgio e introspecção do interior da moradia, aliada ao contato próximo da vida com a natureza através de um elemento predominante nas casas de campo, como a galeria, elemento de transição entre o interior e a natureza.
A organização clássica de quartos orientados ao sol nascente, sala de estar integrada à de jantar, presença de galeria, e controle de aberturas ao norte e ao poente, materializaram-se em uma casa térrea, planejada sobre a estrutura de um pátio: quartos, sala de estar e de jantar formam três das quatro faces do pátio, e uma longa e estreita piscina forma a quarta, gerando uma paisagem própria em torno das duas únicas árvores existentes no terreno.
Compositivamente, a casa é um conjunto de volumes, planos e espaços que vão se diluindo em suas extremidades. O setor dos quartos inicia-se com o pátio de descanso, eleva-se em cômodos, e é coroado no volume da caixa d'água. A casa gira e desce na sala de jantar e desmaterializa-se na garagem e área de churrasqueira. O ponto mais alto da composição é uma dobradiça que articula a parte publica e privada da casa. É também uma área que se “quebra” gerando vistas cruzadas em direção ao horizonte.
Em relação á materialidade, havia também a premissa de uma "casa rural", onde certos elementos duráveis e de baixa manutenção resolvem o todo. O tijolo é o material predominante, isso foi usado para resolver o piso, a parede e o teto. A idéia da parede larga como parede de sustentaçao e isolante térmico principal materializou-se por meio de uma dupla com câmara de ar. O teto da sala de jantar era em abóbada de tijolo plano e vigas de madeira e todo o pavimento exterior feito com tijolo comum, o ladrilho vermelho tem um jeito da continuidade visual no piso interior da casa.
A idéia de usar o mínimo de elementos possível não se refere apenas aos materiais, mas também à autonomia da casa para resolver certas questões. As faces externas são resolvidas como áreas compactas que buscam privacidade e controle do sol sem a necessidade de guarda-sóis. O plano dos quartos é um jogo de cheios e vazios que permite a desejável entrada do sol da manhã, enquanto o pátio de serviço fecha o principal tráfego de veículos. O espaço dos quartos e da sala de jantar geram privacidade dentro do claustro, onde este último é fechado em direção à casa vizinha, abrindo, no canto oposto (sudoeste), uma busca pelo horizonte, deixando entrar os últimos raios do dia.
“A Galeria” permitiu-nos expandir o território, unificando o programa arquitetônico, gerando passeios e espaços de convivência.