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Arquitetos: Horizontes Arquitetura e Urbanismo
- Área: 455 m²
- Ano: 2017
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Fotografias:Ivan Araújo
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Fabricantes: Arco, Knauf, SOLEPAINT
Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto da Central de Material Esterilizado foi desenvolvido pela Horizontes Arquitetura entre 2012 e 2015. O edifício fica no Campus Coração Eucarístico da PUC Minas, em Belo Horizonte – Minas Gerais.
O terreno original era plano e delimitado por dois prédios, aonde funcionam atividades da Faculdade de Odontologia. Além das áreas de ensino, a faculdade conta com serviço de atendimento à comunidade, oferecendo tratamento ao público e treinamento práticos aos alunos.
Os crescimentos da demanda por atendimento comunitário saturou a central de materiais esterilizados existente. O funcionamento da faculdade, dividida em dois prédios, associado à movimentação de públicos interno e externo, criava conflitos de fluxo: trânsito de material contaminado pelos corredores; circulação de pacientes nas áreas de estudos; acesso impossibilitado entre o segundo pavimento dos prédios existentes, dificultando a circulação, principalmente para pessoas com mobilidade reduzida.
A partir destas demandas foram definidos os objetivos do projeto:
- Criar área de esterilização de instrumentos utilizados no curso de Odontologia e, em menor quantidade, nos cursos de Enfermagem, Fisioterapia e Fonoaudiologia;
- Criar lavanderia para esterilização das roupas utilizadas nos procedimentos;
- Criar área de recepção para suporte aos serviços de atendimento à comunidade;
- Conectar os dois prédios existentes.
No nível térreo foi criada área de recepção, onde é feito o atendimento comunitário e direcionamento dos pacientes para as áreas de tratamento. Ainda no térreo localizam-se sanitários públicos, arquivos de registro e áreas de apoio. A circulação, coberta e aberta para a praça frontal, funciona como espaço de convívio e conecta o térreo dos prédios existentes.
O nível superior, acessado por escada ou elevador, contém os espaços técnicos, separados por fluxos distintos entre materiais limpos e contaminados: recebimento, expurgo, lavanderia, esterilização e distribuição, além de depósitos e sanitários. A circulação conecta o segundo pavimento dos dois prédios existentes, garantindo acessibilidade universal.
A volumetria foi resolvida como uma caixa apoiada sobre base semitransparente. O volume sólido do segundo pavimento é justificado pelas necessidades de privacidade e de climatização hospitalar. O volume superior é fechado por placas e ‘rasgado’ por uma janela horizontal. Do interior, as janelas baixas propiciam vista inesperada, emoldurando a praça. O piso da circulação, em époxi amarelo, marca simbolicamente a união entre os edifícios existentes.
Na base, os pilares recuados deixam o segundo pavimento em balanço e a circulação livre de obstáculos visuais. O fechamento em vidro e as paredes verdes turquesa da área de atendimento público destacam e orientam o público externo. O piso térreo em concreto polido gera continuidade com o cimentado rústico das áreas externas. Um banco de concreto delimita a circulação e o jardim. Este conjunto de tratamentos proporciona efeito de amplitude, provocando sensação de continuidade entre praça e térreo.
O desenho da praça frontal e sua conexão com interior do edifício, transformando circulações em espaço de convívio, repetem a solução exemplar de transição entre espaços públicos e privados presente nos edifícios neocoloniais do Campus. A CME apresenta soluções arquitetônicas marcantes e se aproveita dos edifícios existentes, que servem de moldura para ressaltar seu desenho moderno e contemporâneo.