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Arquitetos: PMA madhushala
- Área: 650 m²
- Ano: 2020
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Fotografias:Hemant Patil
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Fabricantes: Duravit, Hettich, Queo, Saint-Gobain, Tata Steel
Sonho
Descrição enviada pela equipe de projeto. Levando adiante a honra e a linhagem de uma família de Maratha, os atuais herdeiros, os dois irmãos, queriam construir uma nova casa para sua família. Por sua honra e posição social, eles desejavam um ornamento que transmitisse orgulho, permanecendo forte em seus terrenos ancestrais, para além das multidões da cidade, e seguro como uma fortaleza. Há gerações, eles vivem nas tradicionais 'Wadas' e desenvolveram um estilo de vida dentro de um envelope protegido, com pátios internos, grandes áreas abertas externas e agricultura. Consequentemente, eles queriam uma manifestação arquitetônica em um terreno de 1,2 acres, para que sua família criasse um ambiente interno independente e autossustentável em sua existência.
Conceito
Em seu próprio princípio, há uma tentativa de encontrar um elo entre o entendimento tradicional e a vida moderna. A filosofia de projeto inspira-se na forma de uma tradicional habitação regional chamada ‘Gadi’, derivando seu planejamento espacial, seus detalhes de ornamentações e fenestrações. ‘A Gadi’ é como uma pequena fortaleza com paredes grossas protegidas por fora, com pátios internos, varandas e áreas comuns que criam uma hierarquia interessante de espaços abertos, semiabertos e fechados. Todos esses elementos foram redefinidos para encontrar soluções que atendam às necessidades e sistemas construtivos modernos atuais. Nesse processo, em que a arquitetura atende às necessidades atuais e ao mesmo tempo absorve os entendimentos tradicionais, o edifício emerge como uma entidade atemporal.
Organização
A organização espacial é inspirada no 'Khand' - um módulo derivado do espaço funcional necessário para uma única pessoa na arquitetura tradicional indiana, onde um conjunto de proporções e um grid são colocados no lugar. Esses módulos são então dispostos em forma de cruz, mantendo os cantos como extensões de respiro que são abertas para o céu e especificamente articuladas para criar experiências diferentes e atender a funções individuais. Além disso, esses módulos se transformam como volumes ascendentes em níveis, derivando da funcionalidade e e unidos como entidades amorfas no espaço vertical.
Envelop
A forma tem origem na ideia de um ‘Gadi’ (fortaleza terrestre), uma parede espessa feita de pedra e tijolo que envolve a casa para fornecer segurança nas terras distantes, mas dentro de si mesma, celebra as nuances da vida. O material e as características estéticas da pedra e do tijolo são considerados como elementos tradicionais. As características estruturais do tijolo e da pedra foram consideradas em relação ao entendimento tradicional, enquanto se projetava a fortaleza. As paredes são construídas com faixas horizontais dispostas verticalmente para facilitar a construção com espaçamento variado. O tijolo, considerado um material leve e feminino, é posto no topo da pedra na parte inferior como uma base "muscular". As aberturas no nível inferior em pedra estão de acordo com a largura das faixas horizontais. Os materiais são ainda mais reforçados com as aberturas feitas como estrutura de favo de mel, com curvas de tijolo, dando a todas as estruturas uma aparência de coroa. A geometria em favo de mel oferece flexibilidade para localização e tamanho da abertura de acordo com as funções internas, tudo em uma estrutura de suporte de carga.
Construção
Houve um forte enfoque na integração dos conhecimentos tradicionais de construção dos artesãos locais. Correspondentemente, foi adotada uma metodologia de construção composta, tanto por materiais naturais locais, quanto por tecnologias modernas de blocos de concreto, encontrando soluções adequadas para diferentes implicações estruturais. A parede externa estrutural foi projetada para resistir às forças sísmicas e às condições climáticas extremas. A estrutura interna foi construída com Blocos de Concreto Armado para facilitar a construção e minimizar o aproveitamento de materiais, evitando deslocamentos de lajes e paredes conferindo uma linguagem moderna de interior homogêneo e limpo.
Escadas e degraus intermediários foram fornecidos com o método “Ferrogami”, relativo ao peso total na estrutura principal. As divisórias internas foram feitas em madeira leve ou pedra. As paredes internas foram revestidas com estuque de cal tradicional para trazer uniformidade no fluxo de atividades dentro dos espaços, aumentado o volume geral do interior. Por outro lado, as paredes externas celebram a crueza dos materiais originais como tijolo e pedra. A estrutura pretende experimentar intensamente a versatilidade dos materiais e foi trabalhada no local promovendo a mão de obra e valorizando os seus conhecimentos.
Sustentabilidade
Na busca da atemporalidade, a casa é adaptada para se sustentar ao longo de gerações com sistemas passivos que mantêm condições de vida adequadas dentro da casa e minimizando o uso de energia. Sensível ao seu ambiente natural, a casa foi desenhada e orientada em conformidade com sua localização geográfica, implicando na utilização máxima de técnicas naturais de iluminação, ventilação e conservação de água e energia.
A estrutura contém torres eólicas para resfriamento natural e vários pátios internos com plantações e aberturas que produzem 'efeito Venturi' com zonas de pressão de ar negativa e positiva. O edifício consome energia de painéis solares fotovoltaicos colocados sobre telhados inclinados e galpão de estacionamento. Junto com o sistema de captação de água da chuva, foi planejado um tratamento adequado de esgoto que fornece água para a horta. A horta tem potencial para satisfazer as necessidades diárias da família para uma vida autossuficiente.
A casa pode ser considerada como um fluxo de atividades domésticas cotidianas de cima para baixo com pontos de pausa intermediários e espaços comemorativos unidos em uma sinfonia de ambiente construído tradicional e moderno com uma abordagem de vida sustentável e autossuficiente.