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Arquitetos: Atelier Lai
- Área: 142 m²
- Ano: 2021
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Fotografias:Yilong Zhao
Uma nova livraria na vila. O turismo é o motor que impulsiona o renascimento das áreas rurais. Além de trazer um negócio de acomodação compartilhada, o turismo cultural pode enriquecer a diversidade e o caráter rural. Sem dúvida, uma nova livraria proporcionará oportunidades econômicas e culturais para as áreas rurais.
A livraria recém-concluída está localizada na vila de Taoyuan, condado de Qimen, província de Anhui. Longe do centro cultural da cidade de Huizhou, a cerca de 100 quilômetros, a vila de Taoyuan é um antigo assentamento comum no sul de Anhui, sem muitas vantagens em termos de transporte e economia. Mas este é exatamente o lugar que temos cultivado por seis anos. Após várias práticas vernáculas, nosso trabalho intensivo gradualmente tornou a vila de Taoyuan um destino popular para turismo cultural na área de Huizhou. A nova livraria foi reconstruída em uma mansão abandonada. O projeto tem uma área de 70㎡ e dois pavimentos. No contexto específico de vielas estreitas e muros altos, a livraria da velha aldeia deve ser interpretada como um novo gesto.
Bridge Gallery: uma heterogeneidade homogênea de tipos espaciais. O protótipo espacial da Livraria Bridge Gallery é derivado da Ponte de Huizhou (Langqiao), onde as pessoas atravessam no nível superior enquanto o rio flui lentamente por baixo. Significativamente, a ponte não é apenas um caminho, mas também um lugar para passear, descansar, se comunicar, e até mesmo um espaço espiritual para rituais e adoração.
Como a água que corre sob a ponte, o piso térreo da Livraria Bridge Gallery abre-se verticalmente para as ruas e pátios. É um espaço dinâmico que pode ser visto e usado para a seleção e compra de livros. O primeiro andar, como área de leitura, é um espaço estático horizontal relativamente fechado, com a abertura voltada para a velha parede de um lado, e do outro voltado para a paisagem. A leitura precisa ser focada, de modo que as janelas são feitas de vidro em U embaçado. O térreo e o primeiro andar são conectados verticalmente por uma escada, criando uma ligação dramática entre o riacho que flui sob a ponte e os pedestres que estão nela.
Sobreposição de laje curva: uma estrutura com múltiplos significados. Todo o edifício é uma estrutura de suporte simples e de vão único. As lajes de concreto são dobradas pela gravidade e depois empilhadas, formando vigas secundárias no ponto de sobreposição. Todas as lajes são dobradas e empilhadas, formando um vão ligeiramente curvado para cima na direção longitudinal e desviando-se para baixo na direção transversal. A estrutura mostra uma certa relação simétrica. A laje do telhado se curva para baixo, comprimindo o espaço em direção à abertura. Além disso, as aberturas nas laterais das paredes compensam a iluminação interna e tornam-se aberturas na superfície curva.
O piso e o telhado são fundidos em concreto em uma única peça. Todos os tubos e acessórios de iluminação são pré-embutidos na estrutura. Devido à construção 'Curved Slab Overlap', o espaço no piso térreo parece ser espremido pela gravidade para se espalhar para fora, reforçando o protótipo espacial da ponte. O espaço do pavimento superior, por outro lado, é naturalmente formado por pedestais escalonados que se conformam à escala humana, mas também têm uma dinâmica própria, que, juntamente com a escada, sugere uma certa espiritualidade.
Concepção Poética de Linhas. O telhado escoa de forma ambígua entre o interior e o exterior. Ele penetra primeiro do ponto mais baixo do até o meio da planta interna, depois é direcionado para os lados, penetra na parede para o exterior, desce no meio e escoa para o piso pavimentado curvo do pátio. É uma narrativa completa da hidrovia. Tanto os ladrilhos nas paredes quanto as fendas no piso usam linhas curvas para criar uma concepção de ondas d'água.
Conclusão: Uma "Nova Residência há muito perdida" na Vila. Todo o volume é um processo autorreferencial de reflexão e dedução. É interessante notar que os painéis curvos no plano vertical criam espaços negativos e positivos nas paredes e no entorno. A arquitetura não se esconde na aldeia, mas parece ser uma nova residência há muito perdida.
A livraria da Shanghai Joint Publishing Company é uma aura cultural que se originou na Xangai moderna. Num momento em que a leitura está sendo fragmentada pela internet, a livraria traz o corpo para um espaço coerente, onde as palavras encantam e elevam a alma. O campo precisa da liderança das livrarias contemporâneas, e as livrarias físicas também precisam nutrir o campo com um senso de presença.