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Arquitetos: estudio ALA
- Ano: 2021
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Fotografias :Iwan Baan
Descrição enviada pela equipe de projeto. Como o turismo no deserto pode promover o desenvolvimento sustentável de um território para defender o meio-ambiente e o bem-estar das comunidades locais? Em uma região onde a dissolução da cultura e tradição está sendo acelerada pelo rápido desenvolvimento, "El Perdido" abraça as raízes históricas da Baja California Sur, fornecendo uma visão do passado e sugerindo uma linguagem de projeto potencial para o futuro. Técnicas de construção tradicionais foram adotadas em aplicações inovadoras para encorajar novos comportamentos.
O hotel está localizado a 800 metros do Oceano Pacífico, na pequena cidade de Pescadero, que é rica em plantações de manjericão, pimenta, tomate e morango. A eco-região única é definida pelas planícies de inundação costeiras a oeste, aos pés da Sierra de La Laguna.
Através de uma análise climática, o projeto responde às condições atmosféricas de sua geografia. Um grande cuidado foi tomado para fornecer aos hóspedes um conforto térmico ideal durante sua estada. Temperatura, precipitação, umidade, vento e incidência solar foram levados em consideração para empregar estratégias de resfriamento passivo no verão e aquecimento passivo no inverno.
A materialidade vernácula permite que o visitante se conecte com o modo de vida local, onde a vegetação endêmica, paredes de terra, estrutura de madeira e telhados de palha personificam o patrimônio da Baja California Sur. Esta paleta, ignorada no desenvolvimento contemporâneo de materiais importados, é definida exclusivamente por materiais de origem local e construída por artesãos locais. Resistindo às convenções, a experiência arquitetônica é infundida com o terroir distinto da região, ao mesmo tempo em que revigora o apreço pela construção.
Os hóspedes que chegam pela entrada principal são recebidos por um bosque de árvores brancas que fornecem sombra à casa central (casa de hóspedes). Composta por uma sala de estar, sala de jantar, copa-cozinha para visitantes, espaço polivalente, loja com produtos locais e recepção, a casa central funciona como núcleo social de toda a propriedade. Ao norte da casa há, ainda, um restaurante e um bar que estão dispostos entre pedras. Ao sul, um pátio rebaixado delimitado por muros baixos de terra abriga uma fonte e uma capela voltada para o leste. Da capela há um corredor linear rodeado de vegetação endêmica que leva os visitantes a um mirante com vista panorâmica para o Oceano Pacífico. Cada percurso e cada destino foram feitos especificamente para conectar os hóspedes com a região.
O jardim interior possui uma piscina estreita ligada diretamente à casa central e ao conjunto de cabanas onde os hóspedes permanecem durante a sua estadia. Cada cabana foi projetada para promover a vida íntima e social. Compostos por um quarto, banheiro, sala de estar, sala de jantar, cozinha e terraço, os volumes são configurados para maximizar a eficiência, garantindo um diálogo constante entre o espaço interior e a paisagem circundante. O resultado é um volume permeável onde os limites entre o interior e o exterior se desvanecem, onde as paredes de terra e a natureza se fundem.