-
Arquitetos: peter haimerl.architektur
- Ano: 2021
-
Fotografias:Edward Beierle
-
Fabricantes: Kusser
Descrição enviada pela equipe de projeto. Uma sala de concertos e uma sala de treinamento subterrânea foram adicionadas a uma casa histórica pertencente ao centro de música Haus Marteau, em Lichtenberg, na Francônia, Alemanha. O formato do salão foi inspirado na antiga tradição de mineração da região, onde Alexander von Humboldt, o famoso naturalista e explorador alemão, trabalhou como mestre mineiro, antes de se tornar famoso por suas expedições globais. A sala é formada por 33 grandes “lascas” de granito, que direcionam o som e garantem uma acústica perfeita.
O conjunto. A Villa Marteau, uma casa de três pavimentos do século XIX, impressiona com sua estrutura única e silhueta marcante. A edificação está localizada em um elegante parque, situado harmoniosamente nas suaves colinas de seus arredores. Algumas relíquias do passado, como a antiga quadra de tênis, foram transformadas em um bosque, e essas diferentes camadas de tempo dão ao complexo geral uma identidade expressiva.
Conversão da villa. O edifício existente foi parcialmente reestruturado no térreo e no novo terraço jardim. O subsolo, no entanto, foi ampliado em 60 cm de altura, possibilitando a inclusão de um pavimento completo com espaço para três salas de prática adicionais, um lounge, um refeitório e um foyer. Um elevador recém-instalado também torna o edifício acessível. A linguagem arquitetônica, bem como o mobiliário destes cômodos, seguem a arquitetura imponente do edifício histórico e prolongam-se de forma contemporânea.
A extensão. A intenção do arquiteto, ao projetar a sala de concertos, era manter o parque e o edifício, praticamente inalterados. O volume da expressiva e nova sala de concertos subterrânea está integrado na encosta sul do edifício e no conjunto histórico. Na paisagem suavemente ondulada do parque, o volume só pode ser reconhecido por suas duas aberturas emolduradas: as barras de aço inoxidável cravadas nas colinas do parque refletindo o céu, o parque e a villa, que delimitam a entrada.
A vista da casa histórica e do parque permanece, e pode ser vista de todos os ângulos. A colina do parque não revela o segredo de seu interior monumental.
O novo salão. A linguagem formal do novo edifício retoma o passado mineiro da região, e transforma os materiais anteriormente extraídos, muitas vezes encontrados em formas cristalinas, em volumes arquitetônicos. O conceito do salão completamente subterrâneo enfatiza a tradição do local, e, ao mesmo tempo, o enriquece com uma abordagem escultural dinâmica e contemporânea.
Uma passagem estreita e inclinada conecta às duas partes do edifício, por meio de um túnel, que prepara os usuários para a nova sala de concertos com uma intensa experiência espacial. A ideia do projeto é baseada em duas explosões de montanhas opostas, que encontram sua realização arquitetônica em grandes estilhaços de granito.
O interior da nova sala é caracterizada por 33 grandes lascas de granito expressivas, cravejadas ao redor de um palco central nas paredes e no teto, como uma explosão solidificada. Para isso, foram instaladas finas placas de granito sobre uma estrutura de aço — os elementos maiores têm até 13 metros de comprimento e pesam quase nove toneladas.
As lascas de granito em forma de tetraedro, definem o efeito espacial, com uma aparência corpórea e móvel, instaladas para modelar a acústica do novo salão.
A nova sala é caracterizada por um palco de concerto central ladeado por duas arquibancadas dispostas em diálogo uma com a outra. Corpos de granito definem o espaço e se estendem de maneira esculturalmente expressiva, acima desses dois elementos espaciais ascendentes. Os volumes dinamizam o espaço ao redor do palco, com uma direcionalidade poderosa e expressiva, enquanto o iluminam magicamente através da iluminação posterior dos estilhaços. Ao mesmo tempo, corpos de luz cristalinos flutuantes iluminam o espaço do palco.
O salão tem 89 lugares.